Maria Emília Rufino está a cumprir o primeiro e último mandato à frente da direcção do Lar de Santo António de Santarém, mas faz parte da equipa da instituição desde 1995. Defende que as direcções precisam de renovação e por isso vai abandonar o cargo em 2023. Nasceu em Angola e é a mais velha de seis irmãos. Veio para Portugal com 17 anos e chegou a Santarém por acaso. Sobre a cidade admite que, quando chegou, achou-a mais interessante e dinâmica do que actualmente. A dirigente afirma que o que traz muitas jovens ao Lar de Santo António é o desrespeito pelas regras sociais e a instabilidade emocional e familiar. Emília Rufino considera que o Lar de Santo António devia ser visto como uma oportunidade para as jovens. “O lar é a mão de todos nós a ser dada a estas jovens”, afirma.

Afonso Matias é presidente do Centro de Solidariedade Social de Nossa Senhora das Dores, em Ortiga, concelho de Mação. Começou a trabalhar em criança, a ajudar os pais na sapataria e taberna da família. Prosseguiu os estudos e concluiu o ensino secundário em Angola durante a Guerra do Ultramar. Quando regressou trabalhou como bancário durante quase três décadas. Dedicou-se ao associativismo e à política tendo sido tesoureiro e presidente da Junta de Ortiga. Há quase 20 anos que integra o centro de solidariedade social sendo presidente há mais de uma década. A instituição tem cerca de 70 utentes e 40 funcionários. O ex-bancário refere que se tivessem mais camas mais utentes teriam porque a lista de espera para entrada no lar é grande.