Arquivo | 20-10-2013 14:44

Radiologistas alertam para riscos de fazer cada vez mais exames por menos dinheiro

Os radiologistas queixam-se de ser pressionados para fazerem cada vez mais exames por menos dinheiro, nalguns casos a receberem menos de um terço do valor de há dois anos, o que “coloca em risco” a qualidade dos diagnósticos, denuncia uma associação do sector.Francisco Rita, presidente da recém-formada Associação dos Médicos Portugueses de Radiologia (AMPR), explicou à agência Lusa que são cada vez maiores as pressões sobre estes profissionais, no sentido de realizarem mais exames.Esta pressão é mais significativa nas empresas convencionadas com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) que, para ganharem os concursos de prestação de serviços, oferecem preços cada vez mais baixos, com a respectiva redução do valor pago ao clínico, disse.“Há radiologistas a receber oito euros por uma TAC [Tomografia Axial Computorizada], para a qual podem ter de ver até mil imagens”, afirmou Francisco Rita, que se questiona sobre a qualidade do trabalho prestado nestas condições.“Se o médico não estiver devidamente concentrado e com o tempo necessário, o diagnóstico pode passar-lhe ao lado”, avançou.Já no caso da Ressonância Magnética, o valor recebido hoje em dia é de 12 euros, quando há menos de dois anos ultrapassava os 45 euros.Nos hospitais públicos, estes profissionais queixam-se de ser cada vez mais chamados a realizar os exames dos seus utentes e dos encaminhados pelos centros de saúde, com uma pressão “cada vez maior”.Segundo este profissional, a crise no sector está igualmente a travar investimentos na área e que são fundamentais "para a existência de uma margem de erro cada vez menor”.“A evolução do equipamento ajuda na qualidade, mas quem é que pode fazer investimentos nos tempos atuais, principalmente em materiais tão dispendiosos?”, questionou-se.A juntar a estes receios dos radiologistas, o novo regime das convenções também preocupa estes profissionais, para quem a nova lei vai levar ao encerramento das empresas, que não vão conseguir competir com os grandes grupos e fecharão as portas se perderem o contrato com o Serviço Nacional de Saúde (SNS).Todas estas apreensões terão sido transmitidas em documento enviado ao ministro da Saúde pela AMPR, que espera ser recebida por Paulo Macedo.Contas desta associação aponta para a existência de 700 médicos radiologistas em Portugal, um número “manifestamente inferior” às necessidades.

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