Arquivo | 08-11-2013 14:26

Adesão à greve dos enfermeiros entre 70 e 80% no turno da manhã diz sindicato

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros, José Carlos Martins, disse hoje que a adesão da classe à greve geral na função pública, durante o turno da manhã, se estima entre 70 e 80 por cento.José Carlos Martins falava aos jornalistas defronte do Hospital de Santa Maria, Lisboa, onde se concentrou o piquete de greve do sindicato, que integra pouco mais de uma dezena de elementos.O dirigente sindical minimizou a escassa presença de enfermeiros no piquete de greve, contrapondo os números elevados de adesão à greve.Quanto ao turno da noite, a adesão dos enfermeiros à greve de hoje foi de 73 por cento, referiu."A amplitude da insatisfação e do descontentamento é muito superior à adesão efectiva [à greve](...), porque os receios e a perda salarial que implica perder um dia de greve leva a que muitos não possam exercer esse direito", disse o presidente do Sindicatos dos Enfermeiros Portugueses (SEP) José Carlos Martins.Para José Carlos Martins, os valores de adesão à greve de hoje significam que os enfermeiros, "tal como os restantes trabalhadores da administração pública, estão perfeitamente descontentes com aquilo que é a tradução objectiva deste orçamento de Estado"."Não só com os cortes, não só com a introdução das 40 horas, mas porque de facto ele [o orçamento], como temos vindo a referir, sedimenta e consolida a pobreza ampliando-a", frisou.Os enfermeiros "lutam por uma alteração a este orçamento, combatem as medidas que são inerentes ao orçamento e às políticas que são a questão de fundo de tudo isto que, em última análise, só tem solução com a exigência de um novo Governo e com a demissão deste, não há alternativa", sublinhou José Carlos Martins.Porque há alternativas de políticas, mas o Governo não assume essas políticas alternativas, justificou, alegando haver condições em Portugal para "ir buscar dinheiro a outros sítios" para pagar aos credores.Questionado sobre o facto de o piquete nacional de greve do SEP integrar apenas 12 elementos, José Carlos Martins disse que a decisão de concentrar o piquete nesse local foi "um pouco tardia" e que o que é "habitual" em dia de greve é não ir ao serviço.Sobre acções futuras, o sindicalista adiantou que, no dia 12, um grupo de dirigentes do SEF se concentrará frente ao Ministério da Saúde para entregar um documento com um conjunto de propostas alternativas ao orçamento para a saúde.De 19 a 30 deste mês, o SEP realizará um conjunto de acções de informação e esclarecimento aos utentes nos serviços, nas instituições e em acções de rua em todo o país, precisou.Instada pela Lusa a explicar o motivo pelo qual o piquete de greve juntou apenas 12 pessoas, a enfermeira Maria José Simões alegou que "por vezes os números não expressam bem as vontades".Nós acreditamos que os enfermeiros têm vontade de participar nestas acções, sustentou, invocando "os vários constrangimentos" que a classe enfrenta por ter que "assegurar os serviços mínimos".João Semedo, deputado e um dos líderes do Bloco de Esquerda, e o deputado comunista David Costa marcaram presença na acção de protesto do SEP para se solidarizarem com a luta dos trabalhadores da função pública por perceberem que são quem sai mais prejudicado com o Orçamento do Estado para 2014."É um orçamento que traz ainda mais recessão, que atira os portugueses para situações de miséria e de fome e nós não podíamos deixar de estar presentes ao lado destes trabalhadores da administração pública", disse David Costa à Lusa.

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