Arquivo | 21-11-2013 13:17

Portugal é um dos países da OCDE com menos pessoas a dizer ter boa ou muito boa saúde

Portugal é o terceiro país dos 34 da OCDE com menor número de pessoas a afirmar ter boa ou muito boa saúde, segundo um relatório divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).“Menos de metade dos adultos no Japão, Coreia e Portugal classifica a sua saúde como boa ou muito boa”, refere o relatório “Health at a Glance 2013”, onde os Estados Unidos, Nova Zelândia e Canadá surgem com as melhores classificações.Em Portugal, apenas 49,7% dos inquiridos reporta ter boa ou muito boa saúde, de acordo com os dados de 2011, sendo um dos três únicos países em que a maioria não atribuiu classificação máxima ao seu estado de saúde.Portugal surge bem abaixo da média da OCDE, na qual 69% das pessoas indica ter uma boa ou muito boa percepção do seu estado de saúde.Apesar de a OCDE reconhecer que a resposta sobre a percepção do estado de saúde poder ser influenciada por factores culturais, sociais e outros, o documento salienta que este dado é tido como um bom indicador do futuro dos cuidados de saúde e da mortalidade.O documento da OCDE mostra ainda que Portugal gastou menos 2,2% na saúde entre 2009 e 2011, revertendo a tendência de aumento médio entre 2000 e 2009 de 1,8%.Segundo esta organização, os primeiros anos de crise económica internacional inverteram a tendência de aumento constante dos gastos com a saúde, com 11 dos países da organização a chegarem a gastar menos neste sector.A Grécia, o país mais afectado pela crise económica, viu os seus gastos com a saúde diminuírem 11,1% entre 2009 e 2011, e a Irlanda gastou menos 6,6% nesse período.Entre as áreas mais afectadas por esta mudança na tendência de aumento dos gastos em saúde estão o preço dos bens médicos, especialmente medicamentos, restrições orçamentais e cortes nos gastos dos hospitais, diz o relatório, que sublinha ainda que mais de três quartos dos países da OCDE cortaram em programas de prevenção em 2011 face a 2010 e metade gastou menos do que em 2008."Os cortes em programas rentáveis [comparando o custo com o benefício] de combate à obesidade, uso abusivo do álcool e tabaco são uma fonte de preocupação", diz o relatório, lembrando que quaisquer benefícios de curto prazo nestes cortes são provavelmente anulados pelos gastos mais avultados a longo prazo, não só na própria despesa do Estado, mas também na saúde dos cidadãos.As reduções na oferta de cuidados de saúde e as alterações ao financiamento - chamando os cidadãos a pagarem mais - estão a afectar o acesso à saúde, nota a OCDE, exemplificando com os tempos de espera para algumas cirurgias em Portugal, Espanha, Inglaterra e Irlanda, que "depois de anos de melhoramento, estão agora a aumentar".

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