Crónicas do Brasil | 27-05-2015 15:20

A Petrobrás deu lucro outra vez

A Petrobrás deu lucro outra vez
Acabo de ler "A farra do bode" de Mário Vargas Llosa que confirma a assertiva (de minha autoria): em sentando, são todos iguais. Querido amigo Joaquim Vá saber por que eu, que adoro cartas e gostei muito do convite para escrever para o jornal, mesmo assim, não tenha escrito até agora. Há muito movimento por aqui, movimentos internos, particulares, que acabam se sobrepondo ao diário. No meu pequeno universo o que tenho são poetas, mais do que prosadores. Contistas, mais do que cronistas. Sei que os limites entre os gêneros vão ficando cada vez mais flexíveis. E a literatura, como tudo, não pode deixar de ser influenciada pela mídia. Não sei onde isso vai dar. Das notícias do Brasil, deves saber. Trava-se no Congresso um embate mortal entre Dilma e a oposição (e também com a base aliada, como chamam os que pedem e levam) Mas a China chegou com seus trilhões e a imprensa oficial da direita, leia-se O Globo, não se importou com o regime do país; a Petrobrás deu lucro outra vez, calou a boca dos inimigos de plantão. A vida é assim mesmo. E talvez não existisse se não existisse o poder. Acabo de ler "A farra do bode" de Mário Vargas Llosa que confirma a assertiva (de minha autoria): em sentando, são todos iguais. A novidade foi a Marcha da Maconha, que aconteceu outra vez, no que os organizadores chamam de MAIO VERDE, mês em que a marcha acontece em várias cidades do Brasil, mas que nunca chegam ao número de manifestantes de Buenos Aires, por exemplo. Vai-se indo. Rolou nessa marcha o bolinho de maconha. Uma beleza para o final da tarde. Também foi novidade a presença maciça da polícia, sem necessidade nenhuma, uma vez que a marcha é liberada é há anos que eles mandavam dois carros e estava bom porque nunca acontecia nada demais. Nas primeiras edições a organização pedia que não se fumasse, mas com o tempo a prática foi aumentando e nas últimas uma nuvem de fumaça cobre a marcha e se junta com o pôr-do-sol do Arpoador. O espetáculo é bonito. Até eu dancei no meio da rua. Há a perspectiva de realizar novamente, com outro formato, um evento de poesia. Mas não vou te adiantar mais porque ainda posso tropeçar na burocracia e daí desisto. Quero fazer por impulso, como era antes, e tudo dava certo ou errado, mas a verdade é que acontecia. Fico olhando o dinheiro investido em megaprojetos que vão à cena e são um fracasso, musicais até o cansaço, experimentações que não precisavam ser experimentadas, mil, milhões - e eu aqui precisando só de 4 mil por mês. Na próxima encarnação quero vir Mecenas. O Ministro da Cultura, Juca Ferreira, quer repensar os patrocínios, mas os "consagrados" não querem deixar as boquinhas. Fora isso, querido Joaquim, tenho saudade de Lisboa, de Montevidéu, de Havana. Se a gente pudesse concretizar um país perfeito, com todas as coisas boas e bonitas de cada um funcionando juntas... Se a gente pudesse decidir o clima. Se a gente pudesse. Mas a gente não pode Joaquim. O que temos é a utopia. O que nos permite sobreviver é a poesia. E vamos lá que o mundo é grande e a alma é imensa. Grande abraço do Brasil que, neste momento, represento

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