Quem não tem unhas não toca viola
O Congresso dos Jornalistas que se realizou em Lisboa não podia deixar de ter os seus momentos de ternura como quando alguns colegas criticaram os jornais regionais que atacam os políticos locais que não lhes dão publicidade.
O Congresso dos Jornalistas que se realizou em Lisboa não podia deixar de ter os seus momentos de ternura como quando alguns colegas criticaram os jornais regionais que atacam os políticos locais que não lhes dão publicidade. Levar este assunto para um Congresso de Jornalistas é a mesma coisa que ir discutir para Espanha se Portugal devia ser uma província espanhola. Há jornais que nunca sentiram os efeitos das redes sociais e da globalização da informação porque nunca tiveram importância; há jornais que vivem só da publicidade institucional e que nem têm sector comercial. A média de facturação dos jornais em Portugal é de 100 mil euros por ano, segundo um estudo divulgado durante o congresso, com excepção dos cinco grandes grupos nacionais. O MIRANTE factura em publicidade quase 15 vezes mais que a generalidade dos jornais locais e regionais. E ainda achamos que somos uns sortudos por trabalharmos numa região onde somos discriminados e alvo de terrorismo, como já aconteceu com condenações em tribunal e na relação com dirigentes políticos e associativos, que no entanto são a excepção que confirma a regra.