Se não fosse o 25 de Abril, José Niza era hoje professor de psiquiatria em Coimbra e tinha feito a carreira catedrática comum. A confissão foi feita pelo próprio, convidado na quinta-feira, 7 de Maio, em mais uma edição do Fatias de Cá Bar É, um espaço de café-tertúlia que tem lugar todas as semanas em Constância. Esta não foi a única revelação do médico, compositor, escritor, poeta e também do político. A recordação mais viva que tem de Constância remonta a 1975. Na campanha eleitoral para a assembleia constituinte, a primeira que se realizou num regime democrático, José Niza acompanhou Maria Barroso, candidata pelo distrito de Santarém, a um comício que estava marcado na vila. “Ia buscá-la a casa depois de almoço e depois íamos para aquilo que dizíamos ser a noite”, recorda. A sessão estava marcada para as dez da noite mas chegaram a Constância o relógio já marcava para lá da uma da madrugada. Como não existiam telemóveis desconheciam se ainda tinham alguém à sua espera. “Ainda ali estavam umas duzentas ou trezentas pessoas. Eram famílias inteiras. As mães, os filhos e os netos…”, recorda ainda com uma entoação de espanto na voz. Outro aspecto político que considera “digno de entrar no livro do Guiness” passa pelo facto do PS obter 83% dos votos. “Não há nenhum sítio do mundo onde um partido obtenha 83% de votos a não ser na Coreia do Norte”, graceja.
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