No Ateneu Artístico Vilafranquense, no centro de Vila Franca de Xira, há uma tertúlia onde a cultura anda à solta e é trazida pelos visitantes. O espaço é apresentado como um bar lounge com música ao vivo onde qualquer pessoa pode conviver com os amigos mas também subir ao palco e tocar um instrumento, ler um poema ou encenar uma peça de teatro na hora. Diz a organização que o conceito diferente tem cativado cada vez mais público e está a tornar-se num caso de sucesso numa cidade onde as tertúlias são sempre apresentadas como cabeças de cartaz em festas como o Colete Encarnado e a Feira de Outubro.Entrar na tertúlia custa 2,5 euros por pessoa, dois euros para grupos de cinco pessoas e 4 euros por cada passe mensal. É uma forma de ajudar o Ateneu e quem aparece diz que não se importa de pagar. A “entrada proibida” recebe os visitantes e mergulha-os nas luzes vermelhas e nas várias velas que tornam o ambiente escuro. À entrada existe o “senhor tímido”, um pobre manequim a quem tudo acontece, inclusive perder as calças. Há roupas em cabides que os participantes podem vestir e usar em palco. Há livros de poesia espalhados pela tertúlia que podem ler. E este mês, como o tema foram os “saldos”, havia quinquilharias para vender. Livros da África selvagem, loiças antigas e discos de vinil da Madonna, por exemplo. Na noite de 25 de Janeiro o tema era “liquidação total” mas foram poucos os que quiseram falar do assunto. Em algumas mesas por onde passámos falava-se de sexo, automóveis, Benfica, dinheiro, Giorgio Bassani e da extinção das velhas livrarias. A presença do jornalista viria a gerar outro tema de conversa, no caso, alusivo à fotografia. Os cerca de 30 participantes conviveram entre si ao som da animação musical de Oti Fortes e Gonçalo Costa nas guitarras e Pedro Mocho no saxofone alto. Álvaro Figueiredo abriu a tertúlia com um poema de Vinicius de Moraes. * Notícia desenvolvida na próxima edição impressa de O MIRANTE.