Educação | 05-12-2011 00:21

Direcção do Agrupamento de Escolas do Porto Alto justifica castigo polémico com “comportamento desestabilizador” dos alunos

A direcção do Agrupamento de Escolas do Porto Alto, Samora Correia, concelho de Benavente, enviou durante a semana passada um comunicado aos pais depois de toda a polémica que se gerou em torno do castigo aplicado às crianças. Recorde-se que no passado dia 4 de Novembro, nove crianças fugiram das auxiliares na via pública quando regressavam do almoço na Escola EB 2,3 para a Escola Nova do Primeiro Ciclo. Todos os dias as crianças, com idades entre os 6 e 9 anos, realizam um percurso de 300 metros entre os dois estabelecimentos para almoçarem na cantina e participarem nas Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC’s). Nesse dia a direcção não esteve com meias medidas e resolveu enviar um recado na caderneta dos alunos para os pais a avisar que as crianças ficavam impedidas de almoçar na cantina durante dois dias, o que deixou os encarregados de educação indignados já que não consideraram o castigo pedagógico e não podiam ausentar-se do emprego para irem buscar os meninos. No recado enviado aos pais, a direcção esclarece que “a medida correctiva aplicada aos alunos do 1º ciclo deve-se ao facto de os alunos apresentarem um comportamento desestabilizador que coloca em causa a sua segurança desde o início do ano lectivo”. O comunicado, assinado pela directora Fátima Borges, acrescenta ainda que “as orientações veiculadas às docentes titulares de turma não foram retidas e transmitidas aos encarregados de educação da mesma forma, o que provocou alguma confusão”. O recado foi transmitido pela subdirectora do agrupamento, Elisabete da Cruz Dias, às professoras dos respectivos alunos e nas duas mensagens a que O MIRANTE teve acesso estava escrito que os alunos estavam impedidos de almoçar na cantina durante dois dias. Recorde-se que o presidente da Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais (FERLAP), Isidoro Roque, veio condenar publicamente o castigo aplicado pela direcção da escola, pedindo esclarecimentos ao secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, João Casanova de Almeida. “Este castigo não faz qualquer sentido. Não sabemos sequer se é a única refeição que algumas destas crianças podem comer durante o dia. Duvido muito que crianças tão pequenas compreendam qual é o motivo que as levou a ficar sem refeição”, apontou Isidoro Roque, que atribui a culpa de todo este caso ao número insuficiente de funcionárias, na maioria das vezes apenas duas, que acompanham perto de 50 alunos.

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