Entrevista | 29-05-2009 07:32

Coruche é a Capital Mundial da Cortiça com a I Feira Internacional

Coruche é a Capital Mundial da Cortiça com a I Feira Internacional
Começou esta manhã em Coruche a primeira Feira Internacional da Cortiça FICOR. O Observatório da Cortiça e do Sobreiro foi inaugurado esta manhã e ao longo de três dia há um programa científico e social cheio de iniciativas. Sempre com a cortiça a dar o mote. Esta noite há desfile de moda organizado por Ana Maria Lucas com modelos vestidos com cortiça e amanhã há a maior prova de vinhos do mundo antes da corrida de toiros da RTP.O presidente da câmara e presidente da assembleia-geral da Rede Europeia de Produtores de Cortiça, Dionísio Mendes antevê o certame que vai colocar Coruche no centro do mapa do mundo da cortiça. O que é que vai mudar depois da Feira Internacional da Cortiça em Coruche?É uma feira que vai ter repercussão na fileira da cortiça a nível nacional e internacional e será o reafirmar de Coruche como Capital Mundial da Cortiça porque somos os maiores produtores e também pela industria onde produzimos cinco milhões de rolhas por dia. No futuro Coruche será um centro de investigação centralizado no observatório do sobreiro e da cortiça.O senhor vai presidir à Assembleia Geral da RETECORK que reúne os produtores europeus de cortiça…É um acontecimento importante onde iremos abordar varais preocupações do sector com alguns dos maiores produtores.Segue-se um debate com especialistas de peso…Vamos ter um debate moderado pela jornalista Fátima Campos Ferreira (moderadora do Prós e Contras da RTP) com alguns dos maiores especialistas do mundo onde iremos abordar o potencial da cortiça e ligá-lo ao vinho, outro produto com forte peso na região, e que queremos projectar a nível internacional.Esta feira com várias iniciativas mediáticas vai colocar o município de Coruche no mapa da actualidade?Esse é um dos nossos objectivos. Num ano de crise queremos, em contra-ciclo, incentivar a recuperação do sector da cortiça e promover outros aspectos do nosso concelho.O Governo anunciou há dois meses um apoio de 180 milhões de euros para a indústria da cortiça e por arrastamento isto vai estimular a produção e haverá mais procura. Esperamos que o senhor ministro da Agricultura anuncie em Coruche as medidas de apoio aos produtores. Não podemos esquecer que a cortiça tem um potencial de crescimento enorme.Há ideias novas para a aplicação da cortiça. O edifício do observatório de Coruche dá o exemplo?Temos boas ideias para a aplicação da cortiça nos revestimentos dos prédios, mas também na moda (vestuário, calçado e acessórios) na arte e até nos automóveis. A Mercedes anuncia um modelo topo de gama em que parte dos interiores são em cortiça e que vai ser um êxito, substituindo as madeiras exóticas.Quando as rolhas de cortiça são substituídas por materiais mais baratos, há que encontrar alternativas para escoar a cortiça produzida?O problema dos vedantes alternativos está a ser avaliado e é uma preocupação do sector, mas temos que dar melhor destino aos sobrantes da indústria da rolha e à cortiça de menor qualidade que vai para aglomerado, mas pode ter outra utilização nos revestimentos, pavimentos e até ser utilizada como material plástico como se pode ver no auditório do observatório onde há um fresco sobre as paredes de cortiça.É um bom ensaio da cortiça como material de suporte para aplicação de tintas em obras de arte.O observatório é uma obra de referência neste sector?Foi feliz a escolha da cortiça para aplicar em vários locais do edifício provocando alguma admiração mas que facilmente se esbate. Tem situações inéditas, é um projecto muito bem conseguido com a imaginação do arquitecto e pode virar moda. Quanto custa esta obra?Tem um custo final de 1,5 milhões de euros e foi financiado a 75 por cento pelo Programa Valtejo. É um investimento reprodutivo para a região e para o país porque vai centralizar a investigação num sector determinante e vai ser um pólo de atracção de investigadores universitários de vários pontos do mundo. Temos contactos com várias faculdades e institutos e vamos criar condições para que os investigadores pernoitem em Coruche na residência estudantil que será alargada. Essa permanência é importante porque são pessoas que vão passar algum temo em Coruche e darão mais vida à vila.Para além da investigação haverá também formação profissional no observatório?Já estabelecemos um acordo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional para que o observatório receba acções de formação nas mais variadas áreas do sector. Já existe um centro no Norte, mas no Sul não há nada. Queremos que os operários da indústria corticeira, e os tiradores de cortiça possam fazer aqui a sua formação. Até aqui havia apenas uma aprendizagem empírica, prática, mas queremos evoluir para desta forma melhorar a rendibilidade do sector. Queremos que as boas práticas no montado aconteçam ao longo de todo o ano. Quem trabalha no sector tem de conhecer a árvore e o ecossistema.Os produtores e industriais estão sensibilizados para a importância da formação?Sem dúvida. Eles perceberam que se estiverem preparados, melhor será a capacidade de reacção em momentos adversos e melhor será a produção. Uma cortiça de melhor qualidade dará melhor produto para a indústria e valerá mais no mercado. Todos temos a ganhar com a certificação da qualidade no montado e na cortiça.

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