Entrevista | 09-10-2013 17:18

Rosa Nascimento diz-se preparada para voltar à condição de funcionária da Câmara de Almeirim

Rosa Nascimento diz-se preparada para voltar à condição de funcionária da Câmara de Almeirim
Rosa Nascimento cessa funções de chefe de gabinete do presidente da Câmara de Almeirim ao fim de 21 anos. Aquela que muitos apelidam de dama de ferro do município, que geria o gabinete com pulso forte, diz-se de consciência tranquila e disponível para trabalhar em qualquer serviço da câmara, desde que seja nas suas funções. Rosa Nascimento, amada por uns, odiada por outros, em declarações a O MIRANTE sublinha que não deve nada à câmara e que só lamenta nos últimos anos ter sido alvo de críticas injustas e boatos. Que, acrescenta, partiram de pessoas que não conhece e que nunca privaram com ela pessoalmente ou profissionalmente. Sobre as funções que até agora exerceu diz que um chefe de gabinete tem de fazer o que o presidente manda e tentar resolver pequenas coisas, que não devem incomodar um autarca que precisa de tempo para gerir as situações mais complexas. “Sempre só fiz o que me mandaram”, realça. Neste momento, Rosa Nascimento, que é funcionária da autarquia com a categoria de assistente técnica, diz que está preparada para voltar para os serviços junto dos “outros colegas”. E que vai cumprir as ordens dos seus novos superiores hierárquicos com a mesma lealdade e dedicação que “sempre” teve para com o município. Não espera nem acredita que o novo presidente a afaste da câmara e se o fizer “não está a ser o presidente de todos os munícipes”. Rosa vai entrar de férias até ao final deste ano. Em 2014 inicia uma nova etapa da sua vida, admitindo que é difícil desligar-se do trabalho que se fez, das obras realizadas e dos projectos que ainda estão para fazer. Promete estar atenta ao concelho, que é a sua primeira prioridade, e que a continuidade do Movimento Zé Gomes, que ela criou para concorrer às eleições, sem conseguir ser eleita vereadora, depende do desempenho do novo executivo. “ Se os novos eleitos corresponderem à confiança que as pessoas depositaram neles, não há razão para o movimento continuar activo”. Revela que teve oportunidade de ir para outras instituições mas que não aceitou porque o seu primeiro emprego foi na câmara, depois de ter estado a trabalhar pelo centro de emprego no Centro de Recuperação Infantil de Almeirim. “Ainda estou a tempo de mudar mas para já não quero. Não quer dizer que um dia não possa mudar de ideias”, realça. “Vou continuar a ser uma observadora do que se passa no concelho e apesar de não poder ajudar a resolver algumas coisas irei encaminhar as situações que as pessoas me fizerem chegar”, comenta, acrescentando: “Nunca tive medo de trabalhar”. Numa conversa na sala de espera da presidência da câmara, sempre sorridente, Rosa Nascimento reconhece que vai sentir a falta de um presidente, Sousa Gomes, com quem trabalhou mais de 20 anos. “Sinto-me uma pessoa humana ao contrário do que as pessoas pensam”. A chefe de gabinete (cargo de nomeação política) recorda a dedicação que teve para com Sousa Gomes e aos críticos responde: “As pessoas não podem ver ninguém a ajudar outra que pensam logo que estamos com duplo interesse”. Conta que andou 41 dias a caminhar para Coimbra no fim do trabalho para acompanhar o presidente aos tratamentos de radioterapia. Para recordar que esteve sempre presente nos momentos difíceis e orgulha-se de ter ajudado Sousa Gomes que termina a sua carreira de presidente ao fim de 24 anos. A relação com Pedro Ribeiro e a nova vidaRosa Nascimento, 49 anos, confessa publicamente pela primeira vez que existe um problema pessoal entre ela e o ex-vice-presidente e novo presidente da câmara. Sobre os motivos, entende que estes só dizem respeito aos dois. Assegura que nunca teve conflitos profissionais com Pedro Ribeiro. E até refere que como pessoa se identifica com o slogan de campanha do novo presidente “Dedicação, Saber Fazer”. Considera-se uma mulher de palavra e deixa antever que não vai criar dificuldades ao autarca, dispondo-se a colaborar. A mulher que até agora nunca tinha dado entrevistas nem nunca aceitou falar sobre a sua vida e funções na câmara, revela que no início da carreira de Pedro Ribeiro como vereador o encarava como um filho. Salienta que lhe deu apoio em algumas situações até da vida pessoal. Termina as suas funções dizendo que não deve nada à câmara e que a sua vida não foi fácil ao longo destes anos. “Não tenho pesos na consciência e durmo bem”. Orgulha-se de o presidente ter feito uma reforma profunda nos últimos meses nos serviços de contabilidade, que apelida de grande obra, anunciando que a autarquia está a pagar aos fornecedores a 30 dias. Agora diz que vai ter o tempo para se dedicar à família, para visitar os três irmãos e cuidar da mãe com 82 anos. Quer tirar um curso superior e vai escolher o que for mais útil para o seu futuro. Vai aproveitar para aprender a nadar e mergulhar. Diz que vai continuar a ser uma mulher que não sabe dizer “nim”. Para ela ou é sim ou não, sublinhando que foi sempre assim que agiu porque não vale a pena alimentar falsas esperanças nas pessoas.

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