Entrevista | 22-07-2015 17:54

Filha de campeões já dá cartas no atletismo

Filha de campeões já dá cartas no atletismo

Jovem do Cartaxo é filha do campeão Rui Silva e neta do antigo atleta Carlos Cabral. Aos 15 anos é atleta de alta competição e sonha representar Portugal nos Jogos Olímpicos

O provérbio popular diz que “filho de peixe sabe nadar”, mas no caso de Patrícia Silva o provérbio deveria mudar para “filha de atleta sabe correr”. A jovem de 15 anos é filha do campeão de atletismo Rui Silva e de Susana Silva (atleta também campeã, já retirada) e neta de uma antiga figura de renome no meio fundo nacional, Carlos Cabral. A jovem do Cartaxo herdou os genes do desporto que corre na família e também ela já dá cartas no mundo do atletismo, no meio fundo. Atleta da Associação Escola de Atletismo Rui Silva (AEARS), Patrícia Silva começou a correr “a sério” há cerca de três anos, sendo treinada pela mãe.No ano que começou a competir sagrou-se vice-campeã no Campeonato Nacional do Olímpico Jovem. No ano seguinte conquistou o terceiro lugar do Campeonato Nacional de Juvenis e foi campeã nacional do Olímpico Jovem. Este ano foi vice-campeã nacional de juvenis de pista coberta e campeã nacional de juvenis de pista ao ar livre nos 800 metros. Foi também vice-campeã de juniores em pista ao ar livre, campeã nacional do Olímpico Jovem e campeã nacional do Desporto Escolar.Patrícia Silva compete essencialmente em 400 e 800 metros. Antes de terminar a época desportiva vai participar no Festival Olímpico da Juventude Europeia, que decorre de 26 a 31 de Julho, na Geórgia. Depois vai de férias. “O corpo precisa de descansar e recuperar energias de uma época que foi longa”, afirma a O MIRANTE Patrícia Silva. Aos 15 anos já é atleta de alta competição e sonha representar Portugal nos Jogos Olímpicos de 2020 e fazer o melhor que conseguir. Garante que é fácil conciliar o desporto com a escola e nos últimos dois anos integra o quadro de excelência da sua escola. “Este ano houve mais pressão porque fui para o 10º ano e é diferente dos anos anteriores porque tem mais disciplinas mas consegui manter boas notas”, conta.Quando for grande gostava de seguir a área da Medicina mas quer conseguir conciliar os estudos com a competição e fazer o melhor em ambas as áreas. A sua intenção é ir para um centro de alto rendimento, provavelmente no estrangeiro. “Existem universidades que seleccionam alguns atletas para frequentarem as suas universidades consoante as marcas desportivas. Por isso, se eu conseguir bons resultados nas provas e na escola posso ser seleccionada para uma dessas universidades no estrangeiro. Vou trabalhar para isso”, refere.Patrícia começou no atletismo há cerca de quatro anos. Primeiro na brincadeira e depois mais a sério quando começou a treinar com a mãe. No entanto, antes de experimentar as pistas ainda andou na natação, praticou ténis e fez ginástica acrobática. Os pais não a incentivaram para o atletismo para que pudesse experimentar outros desportos e descobrisse qual o que mais gostava. Mas o atletismo corre-lhe nas veias e depois de experimentar nunca mais quis outra coisa. Apesar de considerar que os pais e avô não influenciaram na sua escolha, Patrícia admite ter ficado com o bichinho das corridas porque desde pequena assistia às provas do pai e gostava de um dia fazer o mesmo.A jovem diz não sentir o peso da responsabilidade de ser filha do campeão Rui Silva. “O Rui Silva é só o meu pai. Não vim para o atletismo porque o meu pai também é atleta. Dou o meu melhor e esforço-me por melhorar, se não o fizer não consigo bons resultados. Não é por ser filha do Rui Silva que consigo as minhas vitórias. É pelo esforço do meu trabalho diário e ao longo da época desportiva”, garante.Patrícia treina cinco dias por semana durante uma hora. A sua mãe, que é a sua treinadora, acompanha-a nas provas e apenas diz para se divertir. A jovem atleta confessa que só se consegue divertir nos treinos. “Nas provas tento ficar concentrada para não me distrair e não consigo divertir-me tanto porque sou muito nervosa. Ali é altura de dar o meu melhor por isso antes das provas não consigo relaxar”, confessa. Patrícia Silva garante que o seu pai e avô são os seus ídolos e a mãe é o seu pilar. Nos poucos tempos livres que tem gosta de ir à piscina e estar com os amigos. Andava no canto mas saiu porque, diz, era impossível conciliar tudo. “Primeiro estão os estudos e o atletismo”, conclui com convicção.“O distrito de Santarém está super dotado de bons atletas”A Associação Escola de Atletismo Rui Silva foi criada há cerca de três anos. Tem cerca de sete dezenas de atletas na formação. No total, são cerca de uma centena de atletas entre veteranos, jovens e seniores. Além de Patrícia Silva, há mais dois atletas de alta competição na escola. O objectivo da AEARS é formar os jovens enquanto atletas e pessoas. “É preciso muita paciência e gostar muito do que se faz. Temos que ter calma porque são apenas crianças e temos que respeitar todas as fases, mesmo as mais sensíveis, e não saltar etapas. Acima de tudo queremos que eles se divirtam enquanto correm e praticam desporto”, explica a O MIRANTE a treinadora Susana Silva, esposa do atleta Rui Silva, que foi distinguido por O MIRANTE com o Prémio Personalidade do Ano - Área Desporto em 2009.Susana Silva explica que existem cada vez mais jovens a quererem praticar atletismo, principalmente os mais pequenos que tendencialmente optam pelo futebol. “Isto não é só correr, também temos jogos e brincadeiras. Aqui formamos os mais novos para o futuro. Esta escola tem muitos talentos e o distrito de Santarém está super dotado de talentos na área do atletismo”, considera.

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