Entrevista | 21-04-2017 09:26

"É preciso levar Lisboa até Vila Franca de Xira”

"É preciso levar Lisboa até Vila Franca de Xira”

António Moreira Antunes é o cartoonista responsável pelo Cartoon Xira que é inaugurado este sábado, 22 de Abril.

A 18ª edição do Cartoon Xira (22 de Abril a 28 de Maio, Celeiro da Patriarcal) vai mostrar desenhos menos conhecidos de Quino, o criador da personagem Mafalda, e de mais 11 artistas nacionais. António, cartoonista natural da cidade, garante que não chegam outdoors para atrair ao evento os dois milhões de Lisboetas que são o público ambicionado.

António Moreira Antunes, 64 anos, mais conhecido por António, cartoonista do Expresso, é natural de Vila Franca de Xira, cidade que visita pelo menos uma vez por semana, para almoçar com a mãe. É o responsável pela organização do Cartoon Xira desde o seu início. O MIRANTE esteve no atelier do desenhador que criou um estilo próprio, sem recurso a palavras. Segue-se o António e o Cartoon Xira, com legendas.

Continua a acreditar que o Cartoon Xira não atrai mais público por ter lugar em VFX?

Sim, continuo. Nós fazemos com o Cartoon Xira uma exposição única em Portugal, com os autores portugueses que ainda conseguem fazer cartoons... De há sete anos a esta parte decidimos internacionalizar o evento, por isso todos os anos há um convidado estrangeiro de primeiro plano que regra geral faz a sua primeira exposição em Portugal.

Não é o caso deste ano, com Quino [nome artístico do desenhador argentino Joaquín Salvador Lavado].

Não. O Quino já cá esteve: fez uma exposição há alguns anos no Palácio Foz. Não vai marcar presença física, está já muito debilitado devido à idade. Também não vão estar os desenhos da Mafalda, optámos por mostrar trabalhos menos conhecidos [ver caixa]. O Cartoon Xira tem tudo para ser um acontecimento, já nem digo a nível nacional, mas pelo menos a nível da Grande Lisboa.

Ainda assim, ano após ano, o Cartoon Xira sofre essa pressão de conquistar mais público.

Há um paradigma que tem de ser alterado. Vila Franca de Xira é a saída Norte de Lisboa: era bom que a cidade se pensasse segundo estes mais de dois milhões de pessoas que vivem em Lisboa.

Nunca cedeu à tentação de levar a exposição para a capital?

Ela está em Vila Franca de Xira e está muito bem. Há é que conseguir levar Lisboa até Vila Franca de Xira.

Este ano apostaram mais em publicidade. O outdoor à saída de Lisboa era uma luta sua?

Era. A autarquia está a esforçar-se mais. Há outro excelente outdoor à entrada da cidade e vão ser colocadas bandeirolas. A promoção é muito importante. Depois, há algo que acontece e que me entristece: o evento não está presente como deveria na comunicação social.

* Entrevista completa na edição semanal de O MIRANTE.

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