Política | 09-03-2006 18:57

"Investimento zero" nos próximos dois anos em Santarém

A Câmara de Santarém vai apresentar orçamentos com "investimento zero" nos próximos dois anos devido aos problemas de tesouraria existentes, revelou o presidente da autarquia, Francisco Moita Flores."No prazo de dois anos, a Câmara tem de fazer zero em termos de investimento para resolver a dívida", afirmou Moita Flores, que viu aprovadas pela oposição algumas das propostas de resolução dos problemas financeiras da Câmara.Na quarta-feira, os vereadores de Santarém aprovaram por unanimidade quatro propostas de resolução financeira da dívida de curto-prazo do município que atinge os 50 milhões de um total de 80 milhões de créditos vários.As propostas prevêem a renegociação dos créditos devidos a fornecedores, um novo empréstimo de curto-prazo de 1,2 milhões de euros (para liquidar até ao final do ano) e a dilatação dos pagamentos dos contratos de factoring (venda de dividas a entidades bancárias).O volume maior destas operações financeiras hoje aprovadas envolve a antecipação das receitas dos próximos 15 anos pagas pela EDP à autarquia pelo uso de solo e espaço aéreo do município que poderão permitir um encaixe financeiro de quase 20 milhões de euros.Perante este cenário, durante um mínimo de dois anos, todos os investimentos realizados só irão ocorrer com "recurso a parcerias público-privadas, com contrapartidas ou estímulos de novos investimentos privados", explicou Moita Flores, que conquistou a Câmara de Santarém.Este pacote de propostas financeiras "resolveu o problema da dívida mas não cria remanescente para que haja outro tipo de investimentos".Em declaração de voto, os socialistas recomendam que "sejam tomadas medidas com carácter de urgência que conduzam à celebração de um contrato de reequilíbrio financeiro, iniciativa que permite resolver de forma responsável, global e estruturada o problema financeiro do município".Confrontado com estas críticas, Moita Flores rejeita essa possibilidade, salientando que um contrato de reequilíbrio financeiro iria obrigar o executivo a fazer uma declaração de falência o que não corresponde à realidade já que, apesar do volume da dívida, o município possui muito património."Não estamos em condições de dizer que esta Câmara está falida, é uma câmara rica mas que tem problemas de tesouraria", afirmou.

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