Política | 11-05-2018 16:59

Vila Franca de Xira é melhor madrasta do que mãe para quem lá vive

Ex-autarcas reflectiram sobre o futuro da cidade num debate na junta de freguesia.

A cidade de Vila Franca de Xira precisa de olhar e respeitar mais os filhos da terra e apostar na valorização e promoção da sua auto-estima, sem esquecer a colaboração intergeracional e o envolvimento da comunidade nas decisões públicas. Sem isso não há futuro, reflectiram dois ex-presidentes da junta num debate sem medo das palavras promovido na noite de 8 de Maio pela junta de freguesia.

“Sou de Bragança e quando vim para cá viver era o maior, toda a gente me recebia bem. Quando passei a viver por cá tudo mudou, parece que a expressão de que santos da casa não fazem milagres é mesmo verdade. Somos uma cidade que recebe muito bem mas que não respeita quem vive e conhece a nossa rua. Não sabemos valorizar as pessoas que temos e elas são o património mais importante que a cidade tem”, criticou José Fidalgo, socialista que durante 12 anos liderou a junta de freguesia.

Actualmente o docente universitário diz que Vila Franca de Xira “não pode e não deve” ser o “parque de estacionamento de Lisboa” e lamenta que “durante anos” a cidade tenha vivido “de costas voltadas para quem a alimenta”: o rio Tejo e a Lezíria Grande. “A ponte deve ser o que nos une e não o que nos separa do campo. A Lezíria Grande é o maior território que temos e não é valorizado. Vila Franca de Xira foi pioneira na criação de uma rede social e é disso que precisamos, de pessoas que se juntam. Se não estivermos interligados com a comunidade vai ser difícil crescer. Se as pessoas não se manifestam e ficam em casa a serem políticos de sofá não dá. Conheçam-se, caramba”, apelou.

O debate contou com um auditório cheio onde falou também José Neves, que foi presidente da junta pela CDU antes de José Fidalgo e é um rosto com trabalho reconhecido no concelho vilafranquense. “Uma comunidade que se preocupa com as suas gentes tem de reflectir sobre ele. O Tejo vai ser o nosso futuro e temos a cidade a sofrer de falta de indústria e trabalho. As pessoas deviam participar mais para termos uma cidade mais actuante e atenta, partilhar afectos e conhecimento, é isso que nos faz avançar”, defendeu.

* Notícia desenvolvida na edição semanal de O MIRANTE

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