Nova Geração repudia decisão de “calar os fregueses” da Póvoa e Forte da Casa
Coligação Nova Geração não concorda que o público não possa falar sobre assuntos da ordem do dia nas sessões da Assembleia de Freguesia da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa e apresentou moção de repúdio.
A coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT) não concorda com a alteração ao regimento da Assembleia de Freguesia da Póvoa de Santa Iria e Forte de Casa que passou a interditar a intervenção do público sobre assuntos que constem da ordem de trabalhos das reuniões da assembleia. A decisão foi votada e aprovada na assembleia de 13 de Setembro de 2023 com os votos do Partido Socialista e dos eleitos do movimento independente AIPMF. As restantes bancadas votaram contra a alteração.
A 28 de Dezembro, na última sessão da assembleia de freguesia, a coligação Nova Geração apresentou uma moção de repúdio à anterior decisão, intitulada “Nos 50 anos do 25 de Abril querem calar os fregueses”. Na apresentação da moção o eleito Paulo Afonso Ramos afirmou que ficou atónito com uma decisão que é prejudicial para os cidadãos. “A lei é omissa nesta matéria, ou seja, é uma opção das bancadas que a votaram. Não aceitamos o condicionamento e vamos defender todos os fregueses até às ultimas consequências. Este impedimento não está de acordo com os valores que defendemos”, declarou.
O eleito pelo PS, Ricardo Bragança Silveira, defende que o público não deve falar sobre assuntos antes de eles serem discutidos pelas bancadas sob pena dos autarcas se sentirem “intimidados”. O socialista diz que a solução era o público falar no final das assembleias, o que é contraproducente tendo em conta a duração das mesmas.
Amadeu Pinto, da AIPMF, classificou a moção da coligação como populista tendo em conta que a decisão já havia sido votada e aprovada. A moção de repúdio foi rejeitada com 11 votos contra do PS e AIPMF e oito votos a favor da CDU, Nova Geração, Chega e Bloco de Esquerda.
Após a votação, e visivelmente desiludido, o presidente da mesa da assembleia, Paulo Barroca (Nova Geração), considera que lhe passaram um atestado de incompetência para gerir as reuniões e as intervenções do público. “Este artigo atinge apenas o presidente da assembleia, que por acaso sou eu, mas podia ser outra pessoa. Não quero comentar muito mais. Não abdico do bom senso, da lei nacional e da minha consciência”, finalizou.