ESPECIAL S.Martinho | 02-11-2005 11:20

A feira está muito melhor

A feira está muito melhor

António Galinha, 87 anos, é natural da Golegã, mas viveu fora durante 40 anos. Migrou para Coruche onde foi motorista da câmara. Durante esse tempo visitava familiares na sua terra natal. Mas raramente em tempo de Feira de São Martinho.

“Gostava de vir à Golegã visitar a família fora da agitação da feira, porque não era de grandes bebidas, e preferia estar calmamente com os meus amigos”, diz António Galinha, que no entanto não deixa de dizer que a feira actual é mais interessante. “As coisas estão mais arranjadas e a vila está mais bonita”.Contudo recorda com saudade alguns episódios da verdadeira Feira de São Martinho, onde, como diz, havia mais divertimentos. “O carrossel, os carros de choque e as barracas estavam mais juntas. Era uma feira mais acolhedora para os pobres, que muitas vezes só passavam porque o dinheiro era pouco ou nenhum”, diz com saudade.“Gosto de cavalos e por isso vou à feira para observar toda aquela azáfama de cavaleiros e amazonas, gosto dos espectáculos com cavalos que se realizam no Largo do Arneiro, é tudo muito bonito e traz muita gente à Golegã”, afirma António Galinha.No entanto, não se esquece da feira antiga, que servia também para arrastar a asa às raparigas de então. “Não foi na feira que conheci a minha mulher. Na altura andava na serventia e a minha esposa era empregada numa casa rica aqui da Golegã. Um dia passou por mim, olhámos um para o outro e foi amor à primeira vista”.Contudo para António Galinha as modificações que a feira sofreu ao longo dos anos valorizaram-na muito. “Afastou-se um pouco das pessoas da Golegã, principalmente das mais pobres, mas por mim está muito melhor. E não tenho saudades dessa altura, porque passei muito, comecei a trabalhar muito cedo para ajudar em casa e não tinha muito tempo para ir à feira”.Para António Galinha, até as pessoas que vêm hoje à Feira Nacional do Cavalo são diferentes das que vinham antigamente. “Hoje vêm para fazer negócio com cavalos, é gente com dinheiro, que deixa muitos milhares de euros na vila. Antigamente quem vinha era para comer castanhas assadas e beber uns copitos de água-pé, que na altura era bem melhor do que é hoje”, garantiu.

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