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Perda da casa onde cresceu é a maior mágoa da sua vida

Uma das maiores mágoas na vida de Arquimedes Silva Santos é não poder manter a casa de família onde cresceu, estudou e exerceu clínica geral durante 50 anos. A moradia de dois pisos, com jardim, está pintada de cor de laranja forte, ali mesmo ao lado da sede da Associação de Pensionistas e Idosos da Póvoa de Santa Iria. Um tom que chama à atenção e choca com a discrição que o médico e poeta sempre fez questão de preservar. “Foi aqui que atendi milhares de doentes. Escrevi, estudei e fui feliz. Estava muito preso a esta casa”, explica. A casa apalaçada foi desenhada por um tio-avô que também projectou o edifício da Câmara de Loures e foi o primeiro vereador republicano.Arquimedes Silva Santos sente que foi traído pela sua inocência e por acreditar em pessoas que não mereceram a sua confiança. Depois de um processo em tribunal, tentou negociar a compra da casa, mas não conseguiu e a moradia acabou nas mãos de um proprietário que é hoje o seu senhorio. O médico confessa que o seu grande sonho era deixar a casa à Junta de Freguesia para acolher um jardim infantil e biblioteca para crianças. Na cidade, alguns sugerem que a casa, onde Arquimedes Santos se reuniu com Alves Redol e Bernardo Santareno, deveria ser adquirida pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e classificada como património municipal.Outra casa que marcou a vida do escritor foi a casa de família na Rua dos Combatentes da Grande Guerra, em Vila Franca de Xira, também projectada pelo seu pai com a influência do mestre Raul Lino e com azulejos de São José. “Se tivesse dinheiro comprava-a”, conclui.

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