Finalmente o Governo descobriu que os 7500 hectares do Campo de Tiro de Alcochete podem ser uma boa alternativa para a instalação do novo Aeroporto Internacional de Lisboa. Foi preciso um grupo de poderosos empresários, alguns com interesses na solução na margem sul, encomendar um estudo para justificar que a solução seja colocada na mesa do debate.Pessoalmente, sempre defendi que os terrenos instalados nos concelhos de Benavente e Montijo, e não de Alcochete como erradamente se diz, seriam apropriados para a construção. Em primeiro lugar são património do Estado e não será necessário pagar expropriações. Depois é mais fácil e mais barato construir no campo de tiro que na Ota. Aqui o aeroporto está mais perto da Capital e tem acessibilidades recentes (IC 32 e Ponte Vasco da Gama) que permitem uma ligação rápida a Lisboa, a norte e a sul.Quanto aos impactos negativos para o ambiente. Julgo que é possível afastar o aeroporto da Zona de Protecção Especial. Por outro lado, se os voos militares, com treino de tiro incluído, não prejudicam a fauna e a flora da ZPE, não serão os voos comerciais a prejudicar. Estão reunidas as condições para que o governo faça uma escolha acertada que permita ao País ficar bem servido gastando menos. Sei que há muita gente desiludida porque alimentou a esperança de fazer fortuna com a expropriação na zona da Ota, mas o interesse nacional deve estar acima de interesses pessoais.Orlando Alves-Porto Alto