Retrospectiva 2009 | 04-02-2010 10:19

ESPECTÁCULO - E agora para algo completamente diferente com QuimZé Lourenço e os poemas do Ary

ESPECTÁCULO - E agora para algo completamente diferente com QuimZé Lourenço e os poemas do Ary

A 11 de Fevereiro, no Cine-Teatro de Ourém, na noite da entrega dos prémios O MIRANTE que distinguem as personalidades do ano 2009, QuimZé Lourenço aquece o serão com canções do poeta José Carlos Ary dos Santos, uma personalidade indiscutível e eterna da poesia portuguesa.

O espectáculo já andou por palcos e palcos. Estreou dia 29 de Janeiro de 2009 e saiu para outros lugares. Dia 11, quinta-feira, é apresentado no cine-teatro de Ourém, no decorrer da entrega dos prémios Personalidade do Ano. QuimZé Lourenço foi buscar dezena e meia de canções com poemas de José Carlos Ary dos Santos e interpretou-as à sua maneira. Uma forma de homenagear o poeta vinte e cinco anos após a sua morte. “Os mais novos preferem o imediato, o fácil, as canções sem substância. Acredito que um dos nossos deveres é levar a poesia de Ary dos Santos a um público mais novo que a possa apreciar e meditar sobre ela”, refere o artista a O MIRANTE.A musicalidade do projecto é um híbrido entre vários estilos, nomeadamente entre a música clássica, o jazz, o pop e a world music. “Desfolhada”, “Canção de Madrugar”, “Tourada”, “Lisboa menina e moça” e “O amigo que eu canto” reaparecem com as mesmas palavras mas em tons diferentes daqueles que originalmente as embalaram.José Carlos Ary dos Santos nasceu em Lisboa em 1937. Oriundo de uma família da alta burguesia, saiu inconformado de casa aos 16 anos e exerceu várias profissões para poder sobreviver. Impulsivo, apaixonado, arrebatado, satírico, entusiasta, irreverente, deixou mais de 600 poemas para canções. QuimZé Lourenço, o cantor que reinventa as canções de Ary dos Santos, nasceu na vila da Chamusca, em casa, a 6 de Dezembro de 1971, numa tarde anormalmente quente e ensolarada. Desde cedo começa o seu interesse pelas palavras e pela música. Aos 6 anos de idade (acabados de fazer) declama o seu primeiro poema em público, por iniciativa e insistência do seu professor primário num evento escolar. Aos 9 anos, o seu pai oferece-lhe uma guitarra clássica como presente de conclusão da instrução primária. Autodidacta desde aí, começa a tocar e a cantar as músicas que ouvia na rádio e na televisão e todas aquelas que tinha gravado na memória desde tenra idade. Por influência de músicos locais, maioritariamente, ligados ao fado, acompanha fadistas amadores, hoje quase todos profissionais com carreira.“Um pouco antes dos trinta anos meti na cabeça que era capaz de montar um espectáculo meu, enquanto cantor. Tive aulas de canto e fui para o coro da Gulbenkian. Fui evoluindo sozinho. Tinha vontade de tocar e aprender a tocar. Fui muito auto-didacta. Comecei a fazer amizades com muita gente do meio e depois tive alguém que me convenceu, ou eu mesmo, que se calhar era capaz de cantar”. A par da música foi estudando outras matérias. “Sempre tive interesse em saber mais sobre relações humanas e o comportamento. Não tive dúvidas quando escolhi o curso de Sociologia porque era a ciência humana mais eclética, mais abrangente que conhecia. Estudei filosofia, política, economia, psicologia, antropologia.…Fiz o curso, fui bom aluno e fiquei como assistente na Faculdade. No final do estágio apaixonei-me por Psicologia e pela capacidade de entrar dentro do outro. A partir desse momento comecei a fazer investigação nesta área e continuei com a minha carreira académica”.A dispersão não apoquenta QuimZé Lourenço. “Sou um homem de paixões mas sou visceralmente infiel porque tenho várias ao mesmo tempo. Sociologia, Psicologia, Música.… Gosto de me apaixonar e fazer com que as coisas se transformem em amor. Sempre fui assim e hei-de morrer assim”, confessa. Antes das canções de Ary dos Santos QuimZé Lourenço montou outros espectáculos, com outras canções. Em inglês. Em português. Com os mais diversos músicos. Pelo meio foi produtor de espectáculos. Não é por acaso que os seus lemas de vida são “And now for something completely different...” (E agora para algo completamente diferente) - Frase celebrizada pelos Monty Python e “The Best Is Yet To Come” (O melhor ainda está para vir) - Título da última música que Sinatra cantou em público, a 25 de Fevereiro de 1995.* Texto baseado em entrevistas dadas a O MIRANTE em 2008 e 2009

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1662
    01-05-2024
    Capa Vale Tejo
    Edição nº 1662
    01-05-2024
    Capa Lezíria/Médio Tejo