Especial 25 de Abril | 21-04-2010 17:19

“Isto vai meus amigos isto vai”

Nascida em 1977 faço parte de uma geração de portugueses, ela própria um dos primeiros “filhos” do Portugal pós 25 de Abril de 1974.Mesmo não tendo a memória vivida desse tempo vibrante e maior da História do Povo Português, desde sempre, primeiro por pura aderência à vivência cívica activa da família, depois, já na adolescência, mais consciente do eu próprio e do que me rodeava, partilhei da vontade da defesa da liberdade, dos direitos fundamentais e sociais e da justiça social.Assim, desde sempre, bem como certamente para o meu futuro, comemorar a Revolução dos Cravos é e será, essencialmente, todos os dias:Celebrar a Revolução e as suas conquistas, bem como o heroísmo daqueles que, na respectiva defesa e concretização, desde 1974, vêm abrindo as portas de um viver novo a toda uma Nação, no caminho libertador do socialismo;Confirmar, por palavras e por acções, valores e ideais de liberdade, justiça, progresso social, soberania nacional e paz;Celebrar a luta social de todos quantos foram, são e serão, a voz activa da denúncia dos gravíssimos ataques aos valores e ideais afirmados pela Revolução;Defender o aprofundamento do sistema democrático nacional consagrado constitucionalmente, nas suas vertentes política, económica, social e cultural, na afirmação da independência e soberania nacionais;Defender a realidade de um poder local democrático descentralizado e ligado ao Povo.Como autarca do Município de Benavente, não posso, a este passo, deixar de fazer especial alusão a esta última bandeira, a meu ver, um dos pilares fundamentais da Democracia, exercício público que melhor tem respondido às expectativas, necessidades e anseios das populações.Não obstante, os Governos nacionais dos últimos 36 anos têm esbulhado as autarquias locais. A legislação sobre atribuições e competências tem, entre outros, significado a diminuição do número de eleitos nos diversos órgãos e a redução do papel dos órgãos deliberativos. Mais, a história regista, os sucessivos incumprimentos das Lei das Finanças Locais. Apesar da entrada na União Europeia e o acesso aos Fundos Estruturais terem permitido novas fontes de financiamento, acentuaram, outros sim, a dependência face ao Poder Central e às instâncias comunitárias, com prejuízo para a autonomia administrativa e financeira.Claras tentativas de coarctar a capacidade de iniciativa e de realização das autarquias locais, bem como de mistificar o carácter estruturante da sua acção, expresso no desenvolvimento e na resolução dos problemas concretos das populações.Continuarei, por isso, empenhada, pessoal e colectivamente, realizando a Revolução dos Cravos, na defesa de uma gestão democrática, transparente e participada, em convergência com a luta social, mediante a dinamização da consciência cívica, democrática e revolucionária das populações.Considero a Revolução de Abril de 1974 uma revolução inacabada, por realizar permanentemente para o futuro do Povo e do País, através da luta pela Liberdade, pela Democracia e pelo Desenvolvimento.Permito-me, a final, deixar as sempre contemporâneas palavras do génio do poeta, José Carlos Ary dos Santos, no seu poema O Futuro:Isto vai meus amigos isto vaium passo atrás são sempre dois em frentee um povo verdadeiro não se trainão quer gente mais gente que outra genteIsto vai meus amigos isto vaio que é preciso é ter sempre presenteque o presente é um tempo que se vaie o futuro é o tempo resistenteDepois da tempestade há a bonançaque é verde como a cor que tem a esperançaquando a água de Abril sobre nós cai.O que é preciso é termos confiançase fizermos de Maio a nossa lançaisto vai meus amigos isto vai.VIVA O 25 DE ABRIL, 25 DE ABRIL SEMPRE!!* Primeira Secretária da Assembleia Municipal de Benavente

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