O autarca que não gosta de estar no gabinete

A um mês das eleições de autárquicas de 2005, o presidente da Câmara da Chamusca apresentou-se na Polícia Judiciária para comunicar irregularidades na gestão financeira da autarquia. Doente, Sérgio Carrinho recolhe-se em casa. Vai a votos e os eleitores voltam a dar-lhe a presidência da autarquia, com maioria absoluta. Em 2009 volta a ser reeleito nas perde a maioria absoluta. Os adversários políticos vão finalmente ter a sua oportunidade porque cumpre o último mandato. Alguns chegaram a recusar candidatar-se a presidentes enquanto o candidato da CDU fosse Sérgio Carrinho.Desde 2005 que o autarca apostou em programas de estabilização financeira da câmara, ao mesmo tempo que procurava todas as formas de captar investimentos para um concelho parco em oportunidades de emprego. A incrementação do Eco-parque do Relvão veio trazer maior dinamismo empresarial à Chamusca com a instalação de empresas do sector ambiental, nomeadamente centros de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos. Com esta política de facilitar a instalação de empresas nem que seja para criar um emprego, o autarca conseguiu que em 2008 fossem criados cem novos postos de trabalho no concelho.Sérgio Carrinho, entrou na câmara como vereador em 1976 e no mandato seguinte foi eleito presidente nas listas da CDU. Nasceu há 61 anos na freguesia de Pinheiro Grande no seio de uma família pobre. É um homem simples, franco e aberto que gosta de ser tratado com informalidade. Não é de cerimónias. Os ambientes muito formais deixam-no desconfortável. Gosta de andar bem informado e detesta os imprevistos. Tem um lado solidário que salta à vista, sendo sensível às dificuldades das pessoas.Casado e com dois filhos, não é autarca de gabinete e é frequente encontrá-lo a andar a pé pela vila ou a visitar as localidades do concelho. Nos tempos livres gosta de dormir uma sesta no sofá ou entreter-se a coleccionar antiguidades. Já promoveu vários leilões de artigos antigos da câmara como forma de angariar dinheiro para alguns projectos do município. Tem o vício de fumar e de rabiscar papéis enquanto conversa. Os 19 meses que passou na guerra na Guiné e os grandes incêndios de 2003 foram dos acontecimentos que mais o marcaram. No Verão costuma andar mais nervoso, receando novos incêndios. No dia em que ganhou pela primeira vez a presidência da câmara confessa que teve medo. O medo da responsabilidade de aos 30 anos e com pouca experiência não ser capaz de desempenhar a função. Sérgio Carrinho estudou até ao 11º ano de escolaridade. Uma das características do presidente é não ter tirado a carta de condução. Sérgio Carrinho confessa que é um consumidor compulsivo de jornais, não pratica desporto e não gosta de agitações, nem sai muito à noite. Gosta de ouvir música e durante a festa mais importante do concelho, a Ascensão, costuma assistir aos concertos e acompanhar as várias actividades, como a entrada de toiros.

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