Vários moradores da Urbanização da Malvarosa, em Alverca, não ficaram satisfeitos com a aprovação, em Abril último, de uma alteração ao loteamento que permite aumentar em mil metros quadrados a área de construção de um único lote e exigem melhorias na urbanização.
Para vincar o seu desagrado três moradores foram à última reunião pública do executivo da Câmara de Vila Franca de Xira apelar ao presidente, Alberto Mesquita (PS), para que possam ser encontradas soluções para vários problemas, da falta de manutenção das zonas verdes aos vários lotes desabitados, mas com especial enfoque na falta de lugares de estacionamento. Quem ali vive reclama a criação dos 750 lugares inicialmente previstos aquando da construção da urbanização. Actualmente só estão construídos 483.
“Onde estão os 750 lugares que a câmara diz que existem? Esta é uma matéria que exige solução porque está a ser impossível encontrar estacionamento”, lamentou Bruno Oliveira, em representação da comissão de moradores. Alberto Mesquita prometeu “ir à Malvarosa e analisar o que ali pode ser melhorado”.
João Santos, outro morador, criticou o facto de ter sido emitida uma licença de construção para o McDonalds da urbanização “sem primeiro estarem acauteladas as infraestruturas”, já que ali próximo existe um lote completamente ao abandono. E outro morador, Pedro Faria, lamentou a recente aprovação de uma alteração ao lote 47, que prevê um aumento da área de construção. “Apesar de um abaixo-assinado de 420 moradores a câmara não teve isso em conta, aprovou uma alteração que traz mais-valias para os promotores e não apresenta soluções para a urbanização, que continua a ter deficiências e anomalias”, criticou.
A proposta de alteração ao loteamento consiste na ampliação do Lote 47, ainda por construir, na Avenida da Mague, acrescentando-lhe um piso, transformando o piso da casa das máquinas em habitação, e ampliando todos os pisos em 80 metros quadrados, o que tudo somado resultará numa ampliação de 17,2 por cento da área inicialmente prevista para construção.
A alteração foi aprovada pelo PS e CDU, com os votos contra da coligação. E só possível depois do promotor da obra se ter comprometido com a câmara a realizar benfeitorias na urbanização - embora sem especificar até que valores - e depois dos socialistas terem aceite uma proposta da CDU que defende que uma parte das taxas cobradas pelo aumento da construção, cerca de 60 mil euros, seja investida em melhorias naquela urbanização, que é das maiores do concelho.