Vários moradores do Casal das Areias, em Alverca, estão preocupados com a recente instalação de uma central de betão a poucos metros das habitações e já fizeram chegar as queixas ao presidente da Câmara de Vila Franca de Xira.
Quem ali vive teme que a central possa vir a causar poeiras e rebentamentos e que a passagem frequente de camiões venha danificar mais o precário acesso de empedrado que hoje ali existe. Na verdade a falta de acessos parece mesmo ser a principal queixa da população, já que actualmente para se chegar à central é preciso atravessar a principal estrada do Casal das Areias e depois virar à esquerda num pequeno e estreito acesso mal pavimentado.
Apesar das manifestações de desagrado da população, a central de betão obteve vários pareceres favoráveis de diversas entidades, entre elas a Agência Portuguesa do Ambiente, para se instalar naquele local. Mas há quinze dias a obra de construção da central foi suspensa por ordem da câmara devido a várias desconformidades, sobretudo no que diz respeito aos limites do terreno.
“Da análise que foi feita e do levantamento topográfico feito há pouco tempo verificaram-se desconformidades. Dei instruções para a obra ser suspensa até estas matérias ficarem resolvidas. Até à emissão da licença de utilização terão de ser encontradas soluções em termos de acessibilidades para não sobrecarregar as acessibilidades daquela zona”, explica Alberto Mesquita (PS), presidente do município.
Na última reunião de câmara os vereadores da CDU voltaram a questionar sobre o ponto de situação da central de betão e o presidente voltou a garantir que a ordem de suspensão dos trabalhos permanece. “Se a ordem de suspensão não for acatada passaremos a uma fase de embargo até que esta matéria seja analisada e esclarecida”, vincou.
Alguns moradores, escutados por
O MIRANTE, estão pouco convencidos com a instalação da central de betão. “Imagine estar em casa e ouvir camiões carregados de betão a passar a toda a hora… Ninguém vai conseguir viver aqui. Isto foi muito mau, deviam ter ouvido os moradores e construído estradas alternativas”, lamenta Sílvia Pereira. A rua de acesso à sua casa já não é boa e teme que com camiões a passar ainda fique pior. Um vizinho, Júlio Reis, diz que a central é “boa para dar trabalho às pessoas” mas confessa ter medo do que aí vem. “Tenho receio que venham a fazer pó e que a vida aqui piore”, teme.
Nuno Libório, vereador da CDU, considerou na última semana “preocupante” que a câmara tenha deliberado ou aceite a instalação da central “sem acautelar os devidos impactos”.