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Julgamento do acidente que deixou jovem paraplégico com nova data

Julgamento do acidente que deixou jovem paraplégico com nova data

Pais de Gonçalo Neves criticam morosidade da justiça e esperam que seja desta. Após três adiamentos, está previsto que a primeira sessão aconteça no dia 19 de Dezembro no Tribunal do Cartaxo. Jovem de Alpiarça, conhecido por “Tofu”, ficou gravemente ferido após acidente de viação há cinco anos. Os dispendiosos tratamentos em Espanha estão a ser suportados pela família, a quem tem valido o apoio de iniciativas solidárias.

Foi agendada para 19 de Dezembro a primeira sessão do julgamento de Gonçalo Neves, também conhecido por “Tofu”, que em Setembro de 2011 sofreu um acidente de viação, após um camião ter embatido na traseira do seu carro na zona de Vila Chã de Ourique, concelho do Cartaxo. A família de Gonçalo, que ficou paraplégico, continua a aguardar que o julgamento se inicie no Tribunal do Cartaxo.
O julgamento já foi desmarcado e adiado três vezes. Da última vez, os pais do jovem acidentado, Óscar Neves e Sandra Martins, foram notificados do facto de não haver data marcada para o início do julgamento. Agora, aguardam e esperam que não haja mais nenhuma alteração e que o julgamento comece mesmo no dia 19 de Dezembro.
“Em Julho de 2014, em sede de instrução, o juiz dá como provados os factos apresentados por nós. Que o Gonçalo estava parado com o carro na berma, que o camião que embateu por trás no carro do nosso filho circulava em excesso de velocidade e que o motorista ia distraído. O camionista é indiciado pela prática dos crimes e o processo segue para julgamento. Cinco anos depois ainda não há data para o seu início”, criticaram os pais de Gonçalo Neves em Setembro deste ano a O MIRANTE.
Óscar e Sandra não calam a revolta que sentem por não verem ser feita justiça pelo que aconteceu ao seu filho e contam uma série de “acontecimentos” que levaram aos vários adiamentos. A primeira data para início do julgamento foi a 6 de Outubro de 2015, um ano e três meses depois do juiz de instrução ter indiciado o camionista. Segundo os pais de “Tofu”, o tribunal justificou este prazo tão longo com o facto de ser um processo muito complicado e a necessidade de realizar uma série de diligências.
Uma dessas diligências era uma perícia médico-legal mandada fazer pelo tribunal a Gonçalo para avaliar a sua incapacidade após o acidente. Apesar dos alertas de Óscar e Sandra, que informaram o tribunal que Gonçalo - que se encontra numa clínica de reabilitação em Espanha - estaria em Portugal em Julho e Agosto de 2015 e que a perícia poderia ser feita nessa altura, tal não aconteceu.
Dois dias antes do início do julgamento foram notificados pelo tribunal que era necessário fazer a perícia. O exame acabou por ser feito pelo Instituto de Medicina Legal no prazo de 15 dias e o relatório entregue no prazo de um mês. No entanto, apesar da celeridade na realização do exame, após ter sido pedido, o julgamento foi remarcado apenas para 4 de Maio de 2016. E é adiado novamente. Desta vez para 9 de Junho. E ainda não foi nessa data que se realizou o julgamento.
“Não vamos descansar enquanto não se fizer justiça e enquanto não se repuser a verdade. Tudo isto que estamos a viver era evitável se os culpados assumissem as suas responsabilidades. O nosso filho está vivo porque nós não o deixamos morrer. É muito triste termos que pedir ajuda quando os tratamentos do Gonçalo deveriam estar a ser pagos por quem provocou o acidente que deixou o nosso filho nesta situação”, acusa a mãe sem esconder a mágoa e revolta.

Tinha o sonho de entrar na Academia Militar

Gonçalo Neves, actualmente com 25 anos, sofreu em Setembro de 2011 um grave acidente de automóvel, tendo ficado num estado vegetativo devido a um traumatismo crânio-encefálico “muito grave”. Os pais nunca desistiram de recuperar o filho e têm procurado respostas clínicas em Portugal e em Espanha. Há três anos numa clínica em Santiago de Compostela, o jovem tem apresentado algumas evoluções. “Tofu” era militar voluntário desde Abril de 2011 e tinha como objectivo entrar na Academia Militar.

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