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Antigos autarcas lembraram os tempos em que faltava quase tudo e não havia dinheiro para nada

Antigos autarcas lembraram os tempos em que faltava quase tudo e não havia dinheiro para nada

Histórias de “40 anos de Poder Local” contadas na primeira pessoa celebraram Abril em Sardoal

Dezasseis antigos autarcas e o presidente da Câmara Municipal de Sardoal, Miguel Borges (PSD), estiveram à conversa durante cerca de três horas sobre as suas experiências enquanto autarcas em democracia. A conversa, que foi inserida no âmbito das comemorações do 25 de Abril, contou com a presença de figuras que exerceram o cargo de presidente da assembleia municipal, da câmara e de junta de freguesia no concelho de Sardoal nos últimos 40 anos, e todos os ex-autarcas eleitos lembraram a “falta de tudo” quando o poder local começou a dar os primeiros passos.
Em Sardoal, “a câmara estava a cair, não tínhamos meios humanos, não tínhamos dinheiro, nada”, afirmou a ex-presidente da câmara Francelina Chambel. Naquela época ainda não existia a Lei das Finanças Locais e “as próprias câmaras não sabiam como funcionar”.
Nas freguesias o cenário era ainda pior. “Nem água, nem luz, nem alcatrão nas estradas e muitas aldeias nem fontanários tinham. Foi uma luta terrível”, continuou a antiga presidente do município durante a iniciativa “40 anos de Poder Local – À conversa com os protagonistas da nossa história local”, organizada pelo município de Sardoal e que decorreu, no dia 25 de Abril, no Centro Cultural Gil Vicente.
Outro dos presentes foi Fernando Moleirinho, também presidente da Câmara de Sardoal durante cinco mandatos. O ex-autarca sublinha a importância do 25 de Abril no poder local dando “a possibilidade de sermos donos do nosso destino”, reforçando a ideia de que na administração local “mais importante que os partidos são as pessoas”.
O actual presidente, Miguel Borges, começou por manifestar o seu “enorme respeito e admiração por todos aqueles que fizeram a história do poder local”, independentemente das diferenças ideológicas e partidárias. “É muito importante todo o trabalho que fizeram durante estes 43 anos” de democracia.
Sublinhando que foi a Revolução dos Cravos que permitiu a iniciativa no dia da celebração, muitas histórias foram contadas. Nomeadamente por Francelina Chambel, a primeira mulher eleita presidente da Câmara de Sardoal, cargo que desempenhou de 1976 a 1993, pelo PS. Recorda as primeira eleições autárquicas em que “toda a gente a nível nacional estava interessada em mudar tudo a nível local”.
Momento alto da boa disposição ocorreu quando Miguel Borges contou que certo dia Cavaco Silva, então primeiro-ministro, foi a Sardoal, poucos dias depois do episódio da manifestação na Ponte 25 de Abril, “e como a filarmónica não tinha ensaiado o Hino da Maria da Fonte tocou A Ponte do Rio Kwai”.
Os autarcas presentes recordaram ainda que as freguesias eram muito mais populosas e todos manifestaram preocupação com o decréscimo da população no interior do país e assumiram que hoje, em termos de poder local, impera um pensamento mais regional que local. A sessão foi orientada pelos jornalistas Mário Rui Fonseca e Patrícia Seixas.

Antigos autarcas lembraram os tempos em que faltava quase tudo e não havia dinheiro para nada

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