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Bombeira de Rio Maior esmurrada e pontapeada quando socorria feridos em acidente
Bombeira da Corporação de Rio Maior ficou com hematomas e escoriações no corpo

Bombeira de Rio Maior esmurrada e pontapeada quando socorria feridos em acidente

Operacional teve de ser assistida no Hospital de Caldas da Rainha por razões de segurança

A bombeira de Rio Maior agredida quando socorria as vítimas de um acidente no sábado, 11 de Agosto, já teve alta e já voltou ao serviço na corporação. A operacional, de 45 anos, que coordenava a operação de socorro, ficou com hematomas e escoriações e vem aumentar a lista de bombeiros agredidos nos últimos tempos na região.
O acidente ocorreu a cerca de 200 metros do quartel dos bombeiros e envolveu um veículo ligeiro e outro de mercadorias. De acordo com o segundo comandante da corporação, Luís Coelho, quando os elementos chegaram ao local, os ânimos já se encontravam exaltados e o agressor, pai de uma das vítimas do acidente, já se encontrava aos murros ao condutor do outro veículo, de 40 anos.
Como as autoridades demoraram cerca de meia hora a chegar ao local, foram os elementos dos bombeiros que tentaram acalmar a situação juntamente com populares. Foi aí, que “os elementos da corporação acabaram também eles por ser agredidos”, adiantou Luís Coelho. Segundo testemunhas contaram a O MIRANTE, o agressor, de 60 anos, apareceu alguns minutos depois do acidente no seu BMW e a bombeira tentando, pelo facto de ser mulher, acalmar o homem dizendo para a agredir antes a ela, foi empurrada contra a ambulância e esmurrada e pontapeada. Entretanto, um dos colegas dos bombeiros ainda se meteu e também acabou ferido.
A bombeira agredida, que tem resguardado a sua imagem e identificação, atendendo a que foi também ameaçada pelo agressor, de etnia cigana, acabou por ter de ser assistida no Hospital de Caldas da Rainha por razões de segurança. As autoridades e o Hospital de Santarém, para onde estava a ser encaminhada inicialmente, entenderam que a bombeira podia estar em perigo nesta unidade de saúde.
O Comandante Operacional Distrital de Santarém, Mário Silvestre, considera que nenhum bombeiro está longe de passar por uma situação idêntica, apesar de nos últimos anos não haver registos de agressões a socorristas. Para o comandante, “o problema está na falta de cidadania. As pessoas cada vez mais não conseguem esperar. Pensam que só têm direitos mas a verdade é que também têm obrigações”.

Vários casos de agressões que se ficam por pedidos de desculpas

Foi em 2006 que foi registado na região o primeiro caso de bombeiros agredidos durante uma ocorrência. Na altura, André Bento, bombeiro de Almeirim, foi agredido por um popular quando combatia um incêndio em Benfica do Ribatejo. No âmbito de um acordo em tribunal, o agressor teve de fazer um pedido de desculpas público e de pagar 750 euros de despesas médicas.
Passados dois anos, em 2008, foi a vez de dois socorristas da corporação de Alverca do Ribatejo (Vila Franca de Xira). Os elementos foram agredidos quando tentavam evitar o suicídio de um homem. Após o pedido de desculpas do agressor, os operacionais optaram por não apresentar queixa.
Os bombeiros de Almeirim voltaram a ter problemas. Esta é, aliás, a corporação com mais casos conhecidos. Em 2009, Tiago e Pedro Raposeira, dois irmãos, foram agredidos quando assistiam um piloto numa prova de motocross, em Paço dos Negros. O caso foi parar ao Ministério Público e acabou com os bombeiros a aceitarem um pedido de desculpas público. Também, no mesmo ano, três elementos de Abrantes foram socorrer um homem no Pego e acabaram esmurrados e pontapeados. Os lesados acabaram por desistir da queixa.
O caso mais recente foi em 2011. O adjunto de comando da corporação de Almeirim, Telmo Ferreira, estava a prestar socorro a um idoso de etnia cigana, que foi levado por familiares para o quartel, quando foi esmurrado por dois homens. Na altura, os dois agressores ficaram em liberdade com Termo de identidade e residência.

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