À excepção de Benavente, todos os concelhos do distrito de Santarém perderam população entre 2011 e 2021, segundo os resultados preliminares dos Censos 2021. Benavente tem agora 29.747 habitantes e há dez anos registava 29.019.

No lado oposto da tabela, Abrantes foi o concelho da região que mais população perdeu na última década, passando de 39.325 habitantes em 2011 para 34.351 em 2021. Foi uma quebra de quase cinco mil pessoas, só superada a nível nacional pelos concelhos de Lisboa (menos 7.849 habitantes), Porto (menos 5.629 habitantes) e Covilhã, que passou de 51.797 habitantes para 46.453, perdendo mais de 5 mil habitantes.

Em termos percentuais, a Chamusca foi o concelho do distrito de Santarém que perdeu mais população, 15,7%, só tendo 15 concelhos em todo o continente com pior registo nesse capítulo. Passou de 10.120 habitantes em 2011 para 8.536 em 2021.

Tomar e Santarém também tiveram quebras acentuadas de população. A cidade do Nabão passou de 40.677 habitantes para 36.444 na última década, enquanto o concelho da capital de distrito perdeu cerca de três mil habitantes, de 61.752 em 2011 para 58.770 em 2021.

A perda de população foi residual em concelhos como Entroncamento, Rio Maior e Salvaterra de Magos, com quebras abaixo dos 3%. Santarém, Ourém e Tomar continuam a ser os concelhos mais populosos do distrito de Santarém, enquanto Sardoal, Constância e Golegã estão na parte oposta da tabela.

Em reunião do executivo o presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho, mostrou-se satisfeito com o facto do concelho continuar a crescer em termos populacionais. De acordo com o autarca comunista, o crescimento foi registado nas freguesias de Benavente e Samora Correia. Na freguesia de Santo Estêvão o número de habitantes estabilizou, já na freguesia da Barrosa, a menos populosa do concelho, houve um decréscimo de cerca de 12 por cento dos residentes.

VFX e Azambuja sem variações significativas

Já no distrito de Lisboa, mas ainda na área de abrangência de O MIRANTE, os concelhos de Vila Franca de Xira e de Azambuja tiveram sortes diferentes. VFX ganhou quase 800 habitantes, tendo agora 137.659, enquanto Azambuja desceu 1,8%, mantendo-se na casa dos 21 mil habitantes.

Portugal perde população 50 anos depois

Portugal tem agora 10.347.892 residentes, menos 214.286 do que em 2011, segundo os resultados preliminares dos Censos 2021. Em termos censitários a última década em que se verificou um decréscimo populacional tinha sido entre 1960 e 1970, indicou o INE.

Os dados preliminares mostram que há em Portugal 4.917.794 homens (48%) e 5.430.098 mulheres (52%). A fase de recolha dos Censos 2021 decorreu entre 5 de Abril e 31 de Maio e os dados referem-se à data do momento censitário, dia 19 de Abril.

À margem

O último que apague a luz!

Não há volta a dar! Já nem a imigração disfarça uma realidade iniludível nas últimas décadas: a quebra acentuada da taxa de natalidade que tem levado à perda de população e ao envelhecimento da mesma. Dados divulgados recentemente revelam que nasceram cerca de 37.700 bebés em Portugal no primeiro semestre deste ano, uma redução de mais de 4.400 relativamente ao período homólogo de 2020 e que representa o valor mais baixo nos últimos 30 anos, segundo dados do Instituto Nacional Ricardo Jorge.

Somos cada vez menos e mais velhos. O interior está cada vez mais despovoado, a litoralização do país acentua-se. Quem vai garantir a sustentabilidade da Segurança Social daqui a uns anos e quem vai tomar conta do nosso interior desertificado são enigmas que não há adivinho que decifre. O último que apague a luz!.