Antigos oficiais da Escola Prática de Cavalaria (EPC) almoçam sábado em Santarém, num encontro que tem por finalidade demonstrar preocupação quanto ao futuro desta unidade do Exército, disse à Agência Lusa um dos promotores da iniciativa.Segundo a fonte, a forte ligação à EPC, de onde saiu a coluna comandada por Salgueiro Maia na madrugada de 25 de Abril de 1974, leva um grupo de antigos oficiais da Escola Prática a sentir necessidade de manifestar a sua preocupação perante a iminente saída desta unidade de Santarém.A decisão de transferir a EPC das actuais instalações foi tomada durante o último governo de António Guterres pelo então ministro da Defesa Rui Pena e, segundo os antigos oficiais, foi consumada recentemente por Paulo Portas.Os ex-oficiais receiam que por detrás da decisão estejam interesses imobiliários e por isso querem chamar a atenção para o risco de, com a "pressa" imprimida ao processo, se estar a avançar para um "remedeio", transferindo esta unidade para outras instalações militares existentes no distrito.Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Santarém, Rui Barreiro (PS), disse desconhecer a existência de qualquer projecto de natureza imobiliária, ou outra, para a área ocupada pela Escola Prática de Cavalaria, sublinhando que ela está classificada em Plano Director Municipal como sendo reservada a equipamentos.Rui Barreiro assegurou que se oporá firmemente a qualquer projecto de natureza imobiliária, defendendo a manutenção, "ou mesmo o reforço", da EPC ou, "quando muito", o aproveitamento dos vários hectares de terreno ocupados por esta unidade para "um grande campo científico e universitário".O autarca afirmou que, a existirem outros projectos que passem pela instalação de uma pousada, como várias vezes foi referido nos últimos anos, isso abarcaria apenas uma pequena parte da EPC (a ala dos sargentos, junto ao convento de S. Francisco).