Sociedade | 24-08-2010 14:15

Vereador da Cultura de Tomar chama “cobardolas” a Lobo Antunes

O vereador com os pelouros da Cultura e Turismo da Câmara de Tomar, Luís Ferreira (PS), diz que o escritor António Lobo Antunes é “pedante, convencido e armado ao pingarelho”. Essas e outras considerações estão patentes na página do autarca na rede social Facebook e surgem como comentários à ausência do autor de uma tertúlia agendada para a noite de sábado na cidade.No diálogo com vários interlocutores, Luís Ferreira, que tem os pelouros da Protecção Civil, diz que “o ambiente de Tomar ganhou pela ausência de tal senhor” e explica porquê: “É que no mesmo espaço já estaria a necessária concentração de pedantice e convencimento, se é que me entendem”.Depois de considerar Lobo Antunes uma “peça” que “se acha uma vedeta”, Luís Ferreira escreve que “Tomar não precisa destes tristes espectáculos nem de má publicidade”. E aponta também críticas à Entidade Regional de Turismo: “Quem o convidou devia ter mais cuidado com quem convida porque este tipo de gente – que se acha de outro mundo – acaba sempre por deixar ficar mal onde vai”.E acrescenta, em mais um comentário tendo o escritor como alvo: “O homem (…) é um cobardolas que com base numa abjecta ameaça se foi logo esconder, decerto em casa de família, como é bom tom nestes casos. Se queria segurança solicitava-a. Não colocava Tomar nas bocas do mundo por uma ‘miudeza’ dessas”.O escritor António Lobo Antunes diz que é mentira a justificação apresentada pelo vice-presidente da Entidade Regional do Turismo, Manuel Faria, para a sua ausência numa iniciativa que estava marcada para o Café Paraíso. O autor, que se sente enganado, assegura que nunca faltaria a um encontro com os leitores por medo do confronto físico, tal como foi divulgado pela organização, que revelou que Lobo Antunes decidiu não comparecer por razões de segurança tendo em conta a notícia de que um grupo de militares na reforma ameaçava partir para a violência por causa de declarações do escritor sobre os ex-combatentes. “O escritor sentiu-se defraudado porque foi convidado para participar numa sessão de autógrafos em Tomar e vê-se confrontado com a promoção turística à volta da sua visita dizendo que iria ficar numa suite”, explica a O MIRANTE Rui Breda, o director de comunicação das Publicações Dom Quixote, editora do autor, esperando que outras oportunidades surjam para que o escritor possa regressar a uma cidade “pela qual tem um grande carinho”.

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