Sociedade | 18-09-2010 09:01

A menina que apanhou fruta para ajudar a pagar os estudos tornou-se bailarina

A menina que apanhou fruta para ajudar a pagar os estudos tornou-se bailarina
Quem disse que uma bailarina deve ter os cabelos perfeitamente alinhados na rede? E por que não pode ter uma careta na fotografia que ilustra o perfil no facebook? Rita Omar está longe de ser o estereótipo de uma bailarina clássica. A menina irreverente, que desde cedo perseguiu um sonho, está na linha da dança contemporânea. Desde a ponta dos seus cabelos carapinha, indomáveis, até aos pés que sempre se sentiram desconfortáveis sobre as clássicas pontas. Nasceu em Moçambique - onde o pai, carpinteiro de profissão, trabalhou durante uma temporada - mas foi no concelho do Cartaxo que cresceu. Chegou aos 18 meses à aldeia de Vale da Pinta por insistência do progenitor. Foi criada com a família branca do pai e apesar de ter nascido fora do casamento acabou por ser recebida com carinho. Na viagem de avião, sem nenhum elemento da família, foi acompanhada por uma hospedeira de bordo. A mãe biológica ficou em África. Rita Omar perdeu-lhe o rasto, mas diz que não sente saudades de uma realidade que não conhece. O sonho de ser bailarina chegou em pleno aos 15 anos. Rita Omar perseguiu-o com todas as suas forças. Contra todas as opiniões. As de quem achava que dança não se estudava. Tão pouco servia para ganhar dinheiro. A sua relação com o próprio corpo, com o qual trabalha seis horas por dia - sempre foi intensa. Praticou basquetebol, ginástica, karaté e natação. Para ajudar a pagar os estudos, as aulas e as roupas de ballet na Sociedade Filarmónica Cartaxense, onde se iniciou com a professora Lydie Carnier, trabalhava no Verão. A vindima e a apanha de peras, em pomares de Vale da Pinta, tornaram-se actividades regulares das férias grandes a partir dos 16 anos.Antes rumar a Lisboa, para integrar a Escola Superior de Dança do Instituto Superior Politécnico de Lisboa, trabalhou nas cantinas da extinta Opel de Azambuja por intermédio de uma empresa subcontratada. Lavava panelas industriais, arrumava garfos, facas e colheres em saquetas individuais que esperavam os operários da fábrica na hora das refeições. Um trabalho duro tornou-se numa experiência rica.REPORTAGEM COMPLETA NA EDIÇÃO SEMANAL EM PAPEL

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