Morreu na madrugada deste sábado o director da Unidade de Saúde Familiar da Chamusca, Artur Barbosa. O médico de 57 anos estava internado há uma semana no Hospital de S. José em Lisboa. O funeral está marcado para este domingo às 17h00. Antes realiza-se uma cerimónia religiosa na Igreja Matriz da Vila. A câmara municipal da Chamusca colocou a bandeira a meia haste no edifício dos Paços do Concelho, em sinal de luto.Artur Barbosa era também médico legista fazendo as autópsias no gabinete médico legal do Médio Tejo. O clínico, natural da Ilha do Fogo, em Cabo Verde, era também perito médico nos tribunais. Aos 17 anos foi viver para Santarém com o objectivo de acabar o liceu. Desde muito novo que traçou a medicina como rumo. Considerava-se um optimista por natureza.Entrou em Lisboa, na Faculdade de Ciências Médicas, em 1976. Fez os seis anos de curso e dois anos de estágio em Cascais, especializando-se em Medicina Geral e Familiar. Em 1986 concorreu para uma vaga de médico na Chamusca e foi morar para o Pinheiro Grande, onde residiu durante 17 anos. Actualmente residia na Chamusca.Numa entrevista que deu a O MIRANTE em 2008 dizia que a escolha da medicina deu-se muito cedo na sua vida. “Com nove anos, com uns primos meus, tentei fazer um transplante cardíaco entre dois passarinhos. Claro que não resultou (risos)”, contou na altura. Confessava que gostava muito de rir e conviver com os outros e tentava tirar da vida o lado positivo. “ O meu lema é o de que se pudermos facilitar a vida às pessoas devemos fazê-lo”, dizia.O médico nunca desligava o telemóvel e estava sempre contactável para resolver os problemas que aparecessem. Salientava que ser médico de família era o papel no qual se sentia melhor. “Fazemos o luto com as pessoas quando as coisas correm mal e festejamos com elas quando correm bem”, contou na entrevista que deu a O MIRANTE. Artur Barbosa gostava muito de touradas e das tradições ribatejanas.