Sociedade | 24-07-2015 14:06

Bombeiros de Azambuja acusados de recusar socorro por causa de reunião

Os Bombeiros de Azambuja não prestaram socorro a uma cidadã com problemas cardíacos porque, alegadamente, o comandante Armando Baptista terá dado ordens para que nenhum serviço fosse aceite até terminar uma reunião que estava a ter com a direcção e elementos da corporação. A situação ocorreu no dia 30 de Junho, sendo a cidadã a mulher do ex-comandante dos Bombeiros Voluntários de Azambuja e actual comandante operacional do Serviço Municipal de Protecção Civil, Pedro Cardoso. A senhora sentiu-se mal em casa, a 100 metros do quartel, e pediu ajuda ao filho, bombeiro, que estava na referida reunião, da qual saiu para acudir à mãe.O caso foi relatado a O MIRANTE por Pedro Cardoso. "O meu filho ligou para o 112 que encaminhou a chamada para o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes). Para agilizar o socorro, ligou para o quartel e pediu à central que enviasse de imediato uma ambulância, informando que o CODU já estava avisado. Foi-lhe dito pelo centralista que 'o comandante tinha dado ordem para rejeitar qualquer serviço enquanto não terminasse a referida reunião'", explicou.A ocorrência, comunicada às 22h39, foi atendida pelos Bombeiros de Castanheira do Ribatejo, no concelho de Vila Franca de Xira, que chegou à Azambuja às 23h03. Pelo meio, o filho da paciente tentou contacto telefónico com o comandante dos Bombeiros de Azambuja, que não atendeu. Deslocou-se ao quartel para o confrontar com a situação e, nesse momento, Armando Baptista quis deslocar uma ambulância para a ocorrência, quando já lá estava a dos Bombeiros da Castanheira. O estado da vítima piorou com a situação e a mesma foi transportada para o Hospital de Vila Franca de Xira, de onde só sairia na manhã seguinte. Pedro Cardoso deu conhecimento da situação em relatório ao Comandante Operacional Distrital de Operações de Socorro (CODIS). "Enviei-o com conhecimento para a Direcção Nacional de Bombeiros, para o INEM e Câmara Municipal de Azambuja. Custou-me fazê-lo porque estive 17 anos naquela casa. E ainda recebi uma chamada do comandante a dizer que cortava relações comigo. Esperava um pedido de desculpas", explicou Pedro Cardoso.Armando Baptista nega que tenha havido recusa de socorro e explica a sua versão dos acontecimentos. "Não é verdade. Recebemos a chamada do INEM, dissemos que não tínhamos meios porque estavam envolvidos num acidente grave e foi o INEM que mandou avançar a corporação da Castanheira, porque Aveiras também não tinha meios. Essa é uma queixa levantada pelo antigo comandante dos bombeiros que nunca aceitou o facto de deixar de o ser", acusou. Esta versão é secundada por um comunicado do presidente da direcção dos Bombeiros de Azambuja e pelo próprio comandante.Já Pedro Cardoso tem outra leitura. "É mentira, porque a guarnição de serviço às urgências estava na dita reunião e é fácil de comprovar que não houve qualquer saída de viaturas nos registos de saídas", afirmou.Luís de Sousa, presidente da Câmara de Azambuja, confirmou que está à espera do resultado das averiguações e do que a ANPC vai decidir. "A câmara subsidia a corporação para este tipo de necessidades de socorro. É uma situação delicada", concluiu.

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