Sociedade | 26-05-2016 18:09

Clima de guerra nos Bombeiros de Alcanede com direcção a pedir demissão de comandante

Clima conturbado na corporação já levou à demissão de 23 bombeiros por causa de litigio nas eleições

A direcção dos Bombeiros de Alcanede, Santarém, considera a recente demissão de 80 por cento dos operacionais voluntários da corporação como uma “atitude irresponsável, premeditada e com fins e interesses alheios ao bom funcionamento e bom nome da instituição”.

Num comunicado, os elementos da direcção, referem que não conseguem descortinar os reais fundamentos das demissões, salientando que estas foram anunciadas primeiro na comunicação social. A direcção desafia o comandante da corporação a demitir-se.

No comunicado, os dirigentes realçam que “só interesses paralelos, organizados e premeditados podem levar a esta atitude, reprovável a todos os níveis” justificando que sempre deram as condições para o bom funcionamento da associação humanitária e salientando o trabalho que fizeram na recuperação financeira da instituição. Os elementos dizem que a situação financeira grave da corporação, quando tomaram posse, era, essa sim, condicionadora da operacionalidade do corpo de bombeiros.

A direcção refere que se mantém em funções, procurando “unicamente a defesa dos interesses da instituição”. E acrescenta que estranha que o comandante não tenha sabido exercer cabalmente as suas funções tomando medidas como manter os demissionários em funções alertando para a distinção entre as funções de direcção e as de comando, ou então a demitir-se. “A falta de frontalidade e coragem levaram-no, antes, a dar entrevistas e a ser o foco fomentador das aludidas demissões”.

A demissão dos 23 bombeiros foi justificada com o facto de existir um mau estar na corporação devido ao litígio por causa das eleições para a direcção. Os bombeiros dizem que estão dispostos a voltar ao quadro activo quando o actual impasse directivo, que está nos tribunais, estiver resolvido. A situação coloca em causa o socorro à população, uma vez que, devido à demissão, a corporação só tem condições para manter uma ambulância de socorro durante o dia e apenas nos dias úteis e não tem meios para combater incêndios.

Recorde-se que a confusão instalou-se após a assembleia eleitoral de 13 de Março, que deu a vitória, por três votos, à lista liderada pelo empresário Nelson Durão. Das tentativas anteriores para escolha de uma nova direcção não apareceram listas. Mas com a apresentação da lista de Nelson Durão, apareceu uma segunda lista, liderada pela tesoureira da actual direcção, Ana Ferreira, que avançou com uma providência cautelar para anulação das eleições, alegando irregularidades, mas o Tribunal de Santarém não decidiu a seu favor, tendo esta recorrido para o Tribunal da Relação.

Estas eleições ocorreram cerca de um ano após a anterior direcção se ter demitido. Enquanto decorre a batalha judicial não é dada posse à lista vencedora.

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