Sociedade | 09-09-2016 10:58

Agricultura da região só é viável com subsídios

Agricultura da região só é viável com subsídios
AGROGLOBAL

Esta é uma das ideias defendidas por vários agricultores com quem O MIRANTE falou na Agroglobal.

Não é possível haver agricultura sem subsídios. Para a agricultura da região e do país ser competitiva são sempre necessários apoios. Esta é uma das ideias defendidas por vários agricultores com quem O MIRANTE falou na Agroglobal, a feira agrícola que decorre até ao final do dia de hoje, sexta-feira, num campo de Valada, Cartaxo.

"É impossível", afirma Hélder Pereira. O agricultor de 39 anos da Golegã faz cultura de milho e cereais e sublinha que sem subsídios os agricultores não conseguem manter a actividade: "as pessoas têm a ideia errada de que os agricultores são subsídio-dependentes e apesar de não concordar com isso, no fim das contas feitas, com todos os gastos, o subsídio é o nosso lucro e aquilo com que conseguimos viver e nos governar", aponta.

Hélder aponta a volatilidade dos preços das campanhas como o milho e do tomate como um dos problemas que enfrenta anualmente, defendendo que estes deveriam ser fixos antes se começar com a sua apanha: "falam-se em 165 euros por tonelada para o milho para este ano, o que é muito pouco, mas ainda não sabemos de nada. E se antes de começar com os produtos hortícolas eu já sei aquilo com que posso contar, e avanço para essas culturas se quiser, porque não fazem o mesmo para estas grandes campanhas?", pergunta.

Carlos Lopes, também agricultor, natural de Santa Margarida, concelho de Constância, que usa o mesmo tom: "é a electricidade, o gasóleo, a água, o pessoal contratado... tudo conta, e ainda temos de obedecer a uma série de regras para ter o subsídio, tal como uma percentagem do terreno tem que ter outras culturas para lá do milho ou to tomate. Depois gastamos dinheiro em taxas e papeladas e estamos sempre na expectativa para ter o subsídio porque até este demora a chegar - isto não dá para fazer sem apoios", sublinha Carlos Lopes de 53 anos.

O agricultor aponta ainda a falta de competitividade dos preços nacionais com os estrangeiros como um dos problemas que o sector enfrenta, "o governo não sabe criar um modelo que faça com que todos fiquem satisfeitos e sem o coração na boca e enquanto isto não for mudado andamos nesta situação, há subsídios e os resultados nunca são os desejados, quer pelos agricultores que pela população que cria uma imagem negativa desta actividade", reforça.

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