Sociedade | 21-03-2017 13:55

Lampreias testam passagem de peixes no açude de Abrantes

Estudo foi encomendado pelo município ao MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente.

Vinte lampreias equipadas com transmissores estão a servir de teste para a monitorização da escada passa-peixes (dispositivo de passagem para peixes) instalada no rio Tejo em Abrantes, no âmbito da "Avaliação da Transponibilidade do Açude Insuflável de Abrantes à Migração Piscícola".
Bernardo Quintella, investigador do MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, disse que as lampreias "têm uma capacidade nadatória inferior às outras espécies" pelo que, se as lampreias ultrapassarem o açude neste período de desova, as outras espécies também o conseguirão fazer.
"É esse estudo que estamos a fazer através do acompanhamento das 20 lampreias", disse aquele responsável, após ter colocado um dispositivo numa das lampreias, que seria depois libertada a cerca de um quilómetro a jusante do açude de Abrantes.
Depois de marcadas com um transmissor externo implantado na barbatana dorsal, o trabalho encomendado pela Câmara de Abrantes ao MARE vai permitir "estudar o comportamento do animal na proximidade do açude", e na própria escada-peixe actualmente existente, e "aferir da sua capacidade de atractividade para os peixes irem para lá e subirem o rio através daquela passagem", situada numa das extremidades do açude.
A presidente da Câmara de Abrantes, por sua vez, disse que o trabalho encomendado ao MARE "resulta da necessidade de avaliar a transponibilidade do açude insuflável" de Abrantes à migração piscícola, "de modo a não obstaculizar a dinâmica das espécies piscícolas migratórias que necessitam de se deslocar para zonas de montante, no rio Tejo, para efeitos de reprodução", e é "a forma de assegurar as condições plenas para o ecossistema funcionar".
Segundo Maria do Céu Albuquerque, o objectivo é "instalar no açude um sistema de monitorização da passagem de peixes", equipamento que, observou, "é uma das condições para a autarquia terminar o processo de licenciamento do açude" insuflável, inaugurado em 2006 no rio Tejo.
"Quando o açude foi feito não havia essa possibilidade, não havia ainda no mercado e hoje já é possível implementar esse sistema" [de monitorização das espécies], afirmou, tendo feito notar que o estudo em curso, e cujos resultados deverão ser conhecidos entre Maio e Junho, "vai permitir monitorizar o percurso migratório das espécies e perceber se é necessário efectuar algumas alterações à escada passa-peixes existente, no sentido de assegurar as condições plenas para que o ecossistema possa funcionar".

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