Celtejo desiste do processo contra o ambientalista Arlindo Marques
Empresa optou por desistir da acção movida contra Arlindo Marques por considerar que o réu está a utilizar o processo para se autopromover.
A Celtejo anunciou que pôs termo ao diferendo que a opunha ao ambientalista Arlindo Marques. Em causa está o que a empresa considera ser um uso “abusivo e desconforme ao Direito”, por parte do réu, aproveitando o processo "para se autopromover, adquirir notoriedade e protagonismo, disseminando diversas insinuações e suspeições, sem qualquer fundamento".
A Celtejo optou então por desistir da acção movida contra Arlindo Marques “a fim de evitar que o réu continue a fazer uso abusivo e intolerável do presente processo judicial, por força da natureza tendencialmente pública de que o mesmo se reveste”.
Fonte oficial da empresa informou que o diferendo cessou a 25 de Março e reafirmou que está "absolutamente comprometida" com a defesa "intransigente" do rio Tejo, que deve ser um trabalho colectivo.
Recorde-se que em Dezembro de 2018, a Celtejo instaurou um processo a Arlindo Marques, do movimento proTEJO, por este associar os episódios de poluição no Tejo à empresa, reclamando esta o pagamento de 250 mil euros por danos atentatórios do seu bom nome.
No requerimento entregue no Tribunal Judicial da Comarca de Santarém, a empresa sublinha que, em sede de audiência prévia, que decorreu no dia 7 de Março, conforme assumido pelos mandatários de ambas as partes, encontrava-se em curso um processo negocial com vista à obtenção de um acordo que pudesse colocar termo aos presentes autos.
De acordo com a mandatária da empresa, Arlindo Marques não se pronunciou nesta audiência mas "não se coibiu de trazer para o domínio público o documento de trabalho em discussão entre advogados, o que só por si já seria grave, mas mais grave se afigura porque o fez de forma absolutamente distorcida e descontextualizada", sustenta.
Arlindo Marques afirmou a O MIRANTE, após a audiência prévia de 7 de Março, que a proposta da Celtejo de chegar a um acordo era descabida e vexatória e afirmou que se cedesse até teria vergonha de sair à rua. Segundo o ambientalista a condição para retirar a queixa passaria por pedir que “desse o dito por não dito” e impedir que falasse ou publicasse mais qualquer imagem sobre o assunto.