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A crise também é culpa da câmara

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Bombeiros da Golegã podem ficar sem crédito para o gasóleo.

Realizou-se no passado dia 4 de Março, pelas 21h30, a segunda Assembleia Geral deste ano da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Golegã.

O inicio da Assembleia estava marcado para as 21 horas, mas o desalento de Martins Lopes, o presidente da Assembleia Geral era notório. Apenas estavam presentes na sala mui­to tempo depois da hora marcada para o inicio da sessão quatro directores. Os sócios, nem vê-los. E foi já numa altura em que o presidente se preparava para abandonar a sala que o Comandante do corpo activo, juntamente com outro associado presente, se dispuseram a ir chamar alguns associados que se encontravam no bar da Associação, para que a comparência permitisse a reunião de dez sócios, necessários para que a Assembleia pudesse funcionar.

PONTO ÚNICO DA ORDEM DE TRABALHOS

Depois de lida e aprovada a acta da reunião anterior, entrou-se no ponto único da ordem de trabalhos; “Eleição dos novos corpos gerentes”. Mais uma vez, como já se esperava, não houve qualquer lista que se apresentasse a sufrágio. Martins Lopes, depois de lamentar a situação, informou os associados presentes de que, embora a situação da colectividade não seja ainda dramática, o seu arrastamento pode comprometer até o futuro da Associação.

Depois de fazer algumas considerações sobre a forma de resolução do impasse a que se chegou, Martins Lopes afirmou que “Os actuais directores não estão dispostos a continuar por mais tempo, e os problemas

por resolver são muitos. Por isso, a situação não se pode arrastar por mais tempo”. Martins Lopes culpabilizou ainda de certo modo a Câmara Municipal pela situação, ao dizer que “a falta de diálogo e a frieza das relações da autarquia com a direcção dos Bombeiros não pode continuar. É necessário motivar as pessoas, e este resfriamento das relações só contribui para as prejudicar e desmotivar”,

COMANDANTE DE ACORDO CRÉDITO PARA GASÓLEO PODE SER CORTADO

O comandante Pedro Silva pediu a palavra para dizer que “o futuro da Associação é, no mínimo, obscuro e se não se encontrarem soluções a curto prazo podem ser atingidos pontos de ruptura muito graves, porque de todas as ambulâncias apenas uma

não tem que ir à inspecção, e nada se pode fazer sem direcção. Por isso algumas vão ficar paradas,e para agravar ainda mais a situação tudo indica que o crédito do gasóleo em breve vai ser cortado”.

Em relação ao facto sugerido e avançado de o comandante poder acumular as funções administrativa e operacional, Pedro Silva disse não estar“ disponível nem interessado em entrar noutras áreas. Também eu estou a Ficar desmotivado com a falta de diálogo dos órgãos autárquicos da Golegã em relação aos Bombeiros. Estou muito pessimista em relação ao futuro, embora vá aguentando o barco. Posso dizer que os órgãos de cúpula vivem mais dos Bombeiros do que para os Bombeiros, e isso passa-se também nos órgãos nacionais que superintendem os Bombeiros que têm de dizer de uma vez por todas se querem continuar a apostar no associativismo que tanto apregoam e tão mal tratam".

RESPONSABILIDADES PARA O PRESIDENTE DA CÂMARA

Num documento que não chegou a ser lido, e que vai ser enviado ao presidente da Câmara Municipal, os órgãos directivos que ainda se encontram a gerir a colectividade, depois de reafirmarem a sua indisponibilidade para continuarem à frente dos destinos da Associação referem os factos positivos e negativos que se passaram durante os últimos mandatos destacando pela positiva: A inauguração do novo quartel, a oferta de uma nova ambulância,as comemorações das bodas de ouro e a reestruturação dos quadros. E pela negativa a "menos boa relação estabelecida com o comandante, que nem sempre foi a mais desejável o que originou, em várias situações, a demissão de alguns membros directivos”.

A falta de resposta dos associados ás solicitações que lhe foram feitas, a frieza e distanciamento dos órgãos autárquicos, com especial destaque da Câmara Municipal em relação aos bombeiros, que segundo o documento no decorrer dos preparativos para as comemorações das Bodas de Ouro, chegou mesmo a ser de autêntico boicote. O documento termina por reafirmar a indisponibilidade dos actuais dirigentes em continuarem a fazer parte dos futuros corpos directivos.

Finalmente foi aprovado dar conta e responsabilizar o Presidente da Câmara na sua qualidade de responsável pela Protecção Civil, pela situação transferindo a decisão do assunto para as suas mãos.

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