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Conversa da treta!

Conversa da treta!

Numa entrevista dada a O MIRANTE e publicada em 28 de Fevereiro de 1996, o então presidente da câmara do Entroncamento, José Cunha, afirmava que a autarquia ia resolver o problema das inundações que ocorriam em algumas zonas da cidade, nomeadamente no denominado Casal da Galharda, nesse ano. “Estamos a construir um ramal”, dizia o autarca, para desviar setenta por cento do caudal da ribeira de Santa Catarina para a Ribeira do Bonito.Imaginem agora a cara com que ficou o jornalista de O MIRANTE que acompanhava uma das últimas reuniões de câmara naquele concelho quando o executivo começou a discutir a construção de um ramal para desviar a água da ribeira de Santa Catarina para outro curso de água, a fim de evitar inundações nas garagens dos prédios do Casal da Galharda.Consultado o actual presidente da autarquia, o social-democrata Jaime Ramos, que era vereador da oposição em 1996, ficou esclarecido o mistério. Na altura da entrevista de José Cunha a O MIRANTE não estava a ser construído nenhum ramal, não havia sequer projecto e até ao final da permanência do autor das afirmações à frente da câmara, a situação não se alterou.O problema do desvio de algum caudal da ribeira de Santa Catarina está a ser equacionado porque é ali que desaguam todos os esgotos pluviais da cidade e alguns esgotos domésticos que não estão ligados à rede. O esclarecimento que em 1996 foi prestado aos leitores de O MIRANTE foi apenas...conversa da treta. Infelizmente, as conversas da treta são as que mais se ouvem por aí.
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