Esclarecimentos sobre a Reserva do Paul do Boquilobo
Na edição de 31 de Outubro, publicou O MIRANTE, uma reportagem baseada num texto da agência Lusa, intitulada “Reserva transformada em esgoto”. Esta reportagem contem diversas afirmações sobre a situação da Reserva Natural do Paul do Boquilobo (RNPB) e sua gestão que não correspondem à realidade. Por este motivo, e no sentido de esclarecer devidamente os leitores, solicito a publicação destas notas.A vala identificada como poluidora da Reserva Natural (Vala das Cordas) afectou durante longos anos a qualidade da água nesta zona húmida. No entanto, a referida vala foi desviada no ano passado de modo a evitar o contacto com as zonas inundáveis do paul. Assim, a poluição ficou confinada a esta vala, não comunicando com as várzeas inundadas, que constituem a parte essencial da zona húmida. Apenas em períodos de maior cheia poderá haver contacto entre a vala e as zonas alagadas, mas aí a diluição e a própria cheia se encarregam de diminuir os níveis de poluição. Ao contrário do referido na reportagem, a ETAR de Riachos já entrou em funcionamento em Junho passado. Quando em pleno funcionamento irá sanear substancialmente a vala em questão. As análises da água efectuadas sistematicamente desde 1999, comprovam a gradual melhoria da sua qualidade. Não se percebe portanto, o actual alarido. Tanto mais que, durante os anos em que o Paul serviu efectivamente como estação depuradora dos esgotos, apenas a Reserva Natural denunciou publicamente essa situação e diligenciou para a sua resolução. Para além da questão da poluição, acusa-se a gestão da Reserva Natural, por exemplo, de ausência de acções relativas ao combate ao Jacinto-de-água e ao assoreamento. Acontece que, foi precisamente nos últimos anos que se empreenderam acções sistemáticas de ataque a estes problemas, com dispêndio, aliás, de verbas avultadas do PIDDAC e do Programa Operacional do Ambiente.Hugo RaposoPresidente da Comissão Directiva da RNPB de 13 09.1999 a 12.09 2002Nota da redacção: O texto a que se refere a carta do leitor foi escrita por uma jornalista da Agência Lusa e editada sem alterações. Publicamos a parte da missiva que contem esclarecimentos que consideramos de interesse para os leitores mas decidimos omitir considerações de índole pessoal e alusões a pessoas não identificadas.
Mais Notícias
A carregar...