A concelhia do PSD do Cartaxo considera “estranhas” as declarações do presidente da Junta de Freguesia de Vale da Pedra, que afirmou desconhecer que o lugar que, por inerência, ocupa na Assembleia Municipal do Cartaxo o impede de ter qualquer negócio com a câmara municipal local. Para Vasco Cunha, presidente da concelhia “laranja”, o autarca que dirige “há muitos anos” a Junta de Vale da Pedra “deve conhecer obrigatoriamente a moldura legal em que se enquadra”.Recorde-se que, tal como O MIRANTE noticiou na edição de 17 de Outubro último, o autarca socialista Joaquim Edgar corre o risco de perder o mandato por ter concordado que a sua empresa de construção civil realizasse obras para a Câmara do Cartaxo. O caso remonta a Fevereiro do ano passado, quando a sua firma executou duas empreitadas de saneamento básico em Vale da Pedra, adjudicadas pelo municípios através de ajuste directo. “Eu desconhecia a lei e na própria câmara ninguém se lembrou que a situação era ilegal”, afirmou o presidente da Junta de Vale da Pedra ao nosso jornal. A Inspecção Geral da Administração do Território, que investigou o caso, acabou por pedir a perda de mandato do autarca, embora ressalve no seu parecer que não houve qualquer irregularidade contabilística ou financeira a nível da obra. A Câmara do Cartaxo decidiu entretanto recorrer dessa decisão para o Ministério Público.