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São Nicolau contra as “injustiças”

Junta descontente com o desvio de verbas para obras há muito esperadas na freguesia

A escola primária de S. Domingos não vai ser construída, este ano mas o dinheiro que lhe estava destinado não vai ser gasto na freguesia a que a mesma pertence, S. Nicolau. Os autarcas locais, do PSD, já fizeram ouvir os seus protestos e falam em “injustiça”. À margem do problema da escola soaram também críticas dirigidas ao Governo por não ter incluído no Orçamento de Estado uma verba para a construção da extensão de saúde.

A Junta de Freguesia de São Nicolau considera lamentável que o executivo da Câmara de Santarém tenha retirado do orçamento grande parte da verba destinada à construção da, há muito aguardada, escola primária de São Domingos sem lhe ter sido dado conhecimento. O presidente da junta, Luís Arrais (PSD), não gostou de saber da notícia pelos jornais e menos agradado ficou ao verificar que o dinheiro (cerca de 80 mil contos) destinado à escola foi canalizado para a construção da rede de saneamento básico noutras freguesias. Para mais sabendo-se que a sua freguesia tem grandes carências a esse nível, como o provam os esgotos a céu aberto que atravessam a cidade na zona do hipermercado Feira Nova.Não pondo em causa a necessidade desse tipo de obras noutros pontos do concelho, Arrais considera que – não havendo possibilidade de a escola de São Domingos arrancar este ano, alegadamente devido ao arrastamento do processo burocrático - seria mais justo transferir as verbas para outros investimentos na sua freguesia. “Porquê levar esse dinheiro para fora da nossa freguesia, quando existem na nossa área geográfica graves problemas relacionados com a falta de saneamento básico, como por exemplo Fontainhas, Mergulhão ou Bairro Suíço?”, questiona o autarca social-democrata, apontando o dedo acusador à maioria socialista que governa o município.Luís Arrais, que na manhã de sexta-feira deu uma conferência de imprensa onde se fez acompanhar pelo tesoureiro José Cabelo (PSD), critica ainda o arrastar do processo administrativo relacionado com a escola básica de São Domingos, que é motivo de intervenções e de votações na câmara há quase meia dúzia de anos.“Naturalmente que não podemos estar de acordo com esta medida, pois a escola é uma necessidade e uma aspiração das pessoas de São Domingos há vários anos. Se este adiar do começo da obra não vem afectar o plano previsto para a conclusão desse projecto, que nos transmitam, de uma vez por todas, quais são os prazos previstos para o arranque e conclusão da escola”, declara.Mas as críticas do autarca “laranja” não se dirigiram apenas à Câmara de Santarém. O Governo de coligação foi também alvo de censura por ter esquecido a inclusão da extensão de saúde de São Domingos no Plano de Investimentos e Despesas para o Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) para 2003. Uma estrutura que no seu entender “iria resolver grandes problemas da população de São Domingos e também da cidade”.O projecto chegou a estar contemplado no PIDDAC de 2002, mas até à data não houve sinal de quaisquer obras. O terreno, infestado de ervas e de bicharada, lá continua à espera das máquinas e dos homens, mas parece que ainda não será para 2003 que a empreitada arranca. “Com estas decisões, a população de São Nicolau é, mais uma vez, preterida em relação a outros locais”, afirma Luís Arrais, que fala em “injustiça” para classificar a actual situação.

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