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A organização retirou o carácter competitivo ao espectáculo

Festival da canção passa a gala da música

Clube Amador de Desportos do Entroncamento altera figurino

Ao fim de um quarto de século, o Festival da Canção, organizado pelo Clube Amador de Desportos do Entroncamento, que era considerado o maior acontecimento cultural daquele concelho, muda de figurino e passa a gala de novos valores da música. A estreia do novo formato está marcada para 15 de Fevereiro. A atracção convidada é Mafalda Veiga. É o fim do júri, dos votos e do nervoso miudinho dos concorrentes.

O festival da canção do Entroncamento vai mudar de figurino. O Clube Amador de Desporto do Entroncamento (CADE), que organiza a iniciativa há 23 anos – Nos dois primeiros anos a organização pertenceu a outra entidade - quer transformar o festival numa gala de apresentação de novos valores da música, retirando-lhe assim o carácter competitivo. O último festival chegou a estar marcado para Novembro, como era hábito, mas foi adiado por dificuldades de agenda da artista escolhida para fazer a segunda parte do espectáculo. O próximo, já nos novos moldes, vai decorrer a 15 de Fevereiro.Segundo João Graça, um dos organizadores, “como as votações são, naturalmente subjectivas, cada vez mais as pessoas não gostam de se sujeitar ao espírito de concurso”, justifica. “O anterior modelo também só premiava o autor e compositor da canção, o que era uma injustiça. Agora a ideia é dar oportunidade aos novos autores, compositores e intérpretes”, acrescenta. O festival, que habitualmente se realiza no âmbito das comemorações do dia do concelho, a 24 de Novembro, tem sido considerado ao longo dos últimos tempos uma manifestação cultural de grande importância para a cidade. Porque é uma oportunidade única para os músicos amadores da região e porque trazia ao Entroncamento um espectáculo de qualidade. O número de canções concorrentes chegou a ser na ordem das três dezenas, embora só 12 fossem seleccionadas para a final. Nos últimos anos, as três primeiras canções ganhavam prémios pecuniários de 750, 250 e 150 euros, respectivamente.Inicialmente para a apresentação das canções concorrentes em palco o CADE contratava uma banda para tocar as músicas. “Eram precisos 2 meses de trabalho antes do festival, para depois em pouco tempo apresentar os 12 concorrentes. Isso implicava muito esforço e cada vez mais havia dificuldade em encontrar músicos disponíveis”, explica João Graça. Nos últimos anos a parte musical já era em “play-back”.Para além disso, todos os anos o CADE contratava um apresentador com visibilidade nacional, normalmente uma figura televisiva e um artista ou grupo de topo para actuar na segunda parte do espectáculo. Pelo festival passaram nomes como Lena D´Água, Rui Veloso, Fernando Pereira, Trovante, Paulo de Carvalho, entre outros. “Os preços cobrados pelos artistas têm vindo sempre a aumentar. Por isso de há uns anos a esta parte organizamos o festival mais por obrigação do que para tirar dividendos para o clube, através da publicidade e da venda de bilhetes, que era o objectivo inicial”. Na edição marcada para 15 de Fevereiro, vão ser apresentadas as 12 canções que tinham sido seleccionadas para o festival de Novembro passado, sem serem submetidas à apreciação de um júri. No entanto vai dar-se a oportunidade de o público votar na canção que mais gostou de ouvir. Todos os participantes recebem um prémio de presença. A actuação de um artista nacional vai continuar a marcar presença e este ano, depois dos artistas amadores, vai subir ao palco Mafalda Veiga. A possibilidade de se gravar um CD com as melhores canções do festival, o que podia dar um novo fôlego e mais projecção à iniciativa, chegou a ser equacionada. Mas a ideia acabou por não ir em frente devido a dificuldades burocráticas. “Isso implicava o registo na Sociedade Portuguesa de Autores, a autorização para edição, entre outros procedimentos para os quais não estávamos vocacionados, até porque a ideia do festival foi sempre a de angariar fundos para as actividades anuais do clube e contribuir para a cultura do Entroncamento”, explica João Graça. Este elemento do CADE, envolvido na organização do festival desde as primeiras edições, está confiante que a nova gala será bem aceite pelo público. E espera, a partir da experiência deste ano, que as próximas edições tenham sucesso e continuem a mobilizar pessoas para encher os cerca de 600 lugares do Cine-Teatro S. João no Entroncamento.
A organização retirou o carácter competitivo ao espectáculo

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