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Freguesia da Meia Via deve cair até ao Verão

Autarcas das listas independentes pedem demissão em bloco

Todos os elementos, efectivos e suplentes, da “Lista Independente Meia Via do Futuro” e da “Lista Independente Pró Meia Via”, que controlam a assembleia de freguesia da Meia Via, concelho de Torres Novas, pediram esta semana a renúncia dos cargos que têm vindo a exercer desde que foram eleitos, em Dezembro de 2001. Alegam não terem condições para continuar por causa do mau relacionamento com o presidente da junta. O Governo Civil tem conhecimento oficial e tudo indica que até ao Verão serão realizadas novas eleições.

A Assembleia de Freguesia da Meia Via, concelho de Torres Novas, eleita pela primeira vez há pouco mais de um ano, corre o risco de cair até ao Verão. Os cinco membros efectivos (e todos os suplentes) das duas listas independentes que estão em maioria na assembleia municipal apresentaram renúncia ao cargo e o eleito pela CDU pediu suspensão do mandato por um período de 11 meses. Os únicos que se mantêm firmes são os três elementos do PS, a força política que ganhou as eleições mas que governa em minoria.A justificação dada pelos eleitos é a de que não têm condições para continuar a exercer os cargos que ocupam e apontam o dedo ao presidente da junta, José Gil Serôdio, acusando-o de desrespeito, falta de diálogo, de entendimento e de consensos.“Ao fim de seis meses de mandato verificámos que as condições de trabalho não eram dignas de pessoas de bem, pois o senhor presidente da junta nunca dignificou e respeitou a assembleia de freguesia, menosprezando a sua importância como órgão autárquico, ofendendo pessoalmente e de forma abusiva os seus elementos, demonstrando total desrespeito e não sabe cumprir as regras cívicas mais elementares”, pode ler-se no comunicado de imprensa enviado a O MIRANTE.De acordo com José Graça, líder da lista “Meia Via do Futuro” e o único que não renunciou por exercer o cargo de tesoureiro na junta de freguesia, é tudo uma questão de protagonismo. “O presidente da junta e o presidente da assembleia de freguesia, José Ramos, não se entendem e esta é uma guerra de cabeças de ferro que se estende a toda a assembleia”.LUTAS POLÍTICAS E PESSOAISÀs acusações por parte dos membros da assembleia de que não existe diálogo e debate de ideias, entendimento entre parceiros e respeito mútuo o actual presidente da junta contrapõe, afirmando “não há é copos, petiscos e conversas à lareira, porque a política faz-se nos sítios certos”.José Gil Serôdio afirma que por detrás deste movimento estão “questões políticas e pessoais”, de algumas pessoas “com dificuldades em engolir a derrota” e “com pretensões e pressa em chegar à presidência da junta de freguesia”. No cenário de novas eleições José Gil garante que voltará a concorrer à presidência da junta porque não é homem de “virar as costas à luta”, mas tem esperança que não se chegue a esse extremo. O actual presidente diz ter feito pela freguesia mais num ano que outros autarcas em um mandato, um valor que também lhe é atribuído por José Graça – “ele está a fazer um bom trabalho na junta, construiu uma nova sede, conseguiu mais uma sala de jardim de infância e outras coisas em apenas um ano”, diz o tesoureiro da freguesia.RENÚNCIA TEM DE SER INDIVIDUALO Governo Civil de Santarém recebeu a renúncia colectiva mas enviou-a de volta por não estar conforme a lei. O governador civil teve já esta semana uma reunião com alguns dos elementos da assembleia de freguesia para lhes comunicar que, para avançar, o processo tem de obedecer às normas legais.Mário Albuquerque referiu ao nosso jornal que nos termos da lei as renúncias não podem ser feitas de forma colectiva, cada elemento tem de a pedir de forma individual. E para serem reconhecidas legalmente a assembleia de freguesia terá de as aprovar uma a uma. Só depois o processo seguirá para o Governo Civil, que accionará os mecanismos legais para a realização de novas eleições.No pressuposto de que os membros da assembleia manterão a actual decisão de renunciarem aos cargos, o governador civil tem 30 dias para marcar novas eleições, que terão de ser realizadas no prazo máximo de 60 dias. Se os prazos foram cumpridos no limite a Junta de Freguesia da Meia Via, criada há pouco mais de um ano, deverá cair no início do Verão.Margarida Cabeleira

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