O executivo da Câmara do Entroncamento deliberou por unanimidade aceitar os resultados da consulta pública sobre o nome a atribuir às duas freguesias que irão resultar da divisão da actual e única. Assim, na reunião de segunda-feira, a autarquia aprovou o nome de Nossa Senhora de Fátima para a freguesia da zona norte e S. João Baptista para a da zona sul. A consulta à população decorreu de 8 a 16 de Março, na sede da Junta de Freguesia do Entroncamento, com base numa decisão tomada a 10 de Fevereiro, na sequência de uma proposta do Bloco de Esquerda.Os boletins de voto apresentavam três opções. A primeira apresentava os nomes indicados no projecto de lei apresentado pelos deputados do PSD e do CDS/PP na Assembleia da República em Dezembro do ano passado, com vista à criação da nova freguesia: Nossa Senhora de Fátima e S. João Baptista. A segunda opção correspondia à proposta do BE de atribuir o nome de Vaginhas (sul) e Saldanha (norte). Havia ainda uma terceira, que dava liberdade aos votantes para sugerirem outros nomes.Dos 14.973 eleitores do concelho, apenas votaram 858 munícipes, o que revela uma fraca adesão. No caso da freguesia da zona norte, 718 pessoas elegeram o nome de N. Senhora de Fátima, enquanto 59 pessoas optaram por Saldanha. Registaram-se ainda 23 votos propondo a designação de Freguesia do Entroncamento Norte. Outras sugestões foram: Casais (7 votos), Bonito (6), Verdugo (1), Zona Norte (3), Altinho (1), Santíssima Trindade (1), Norte do Entroncamento (1), Bairros de Santo António (1), Casal do Grilo (1) e Galharda (1). No caso da freguesia da zona sul, o nome de S. João Baptista foi o mais votado com 653 votos. O nome Vaginhas foi a opção de 65 votantes. Foram ainda sugeridos pelos eleitores mais oito nomes: Sagrada Família (26 votos), Entroncamento Sul (23), Entroncamento (10), Carril (1), Zona Sul (3), Estação (3), Sul do Entroncamento (1), S. João das Vaginhas (1). Durante a apreciação dos resultados, na reunião de câmara de segunda-feira, o presidente da autarquia, admitiu que o a adesão das pessoas a esta consulta pública ficou aquém do desejado. No entanto, Jaime Ramos (PSD), sublinhou que sempre considerou, qualquer que fosse o resultado, que a votação seria vinculativa. “Esta adesão demonstra que as pessoas não ligam ao assunto da atribuição dos nomes, ou entendem que o processo está bem entregue aos políticos”, referiu. Por parte da oposição também foi realçada a falta de interesse da população. O número de votantes é “irrisório face ao número de eleitores”. “No entanto a consulta vale o que vale e aceitamos este resultado”, referiu o vereador do BE, Henrique Leal. O vereador da CDU, António Ferreira, também concordou com o resultado, mas sublinhou que era preferível que em vez da consulta pública, tivesse sido o executivo a chegar a um consenso sobre os nomes. Henrique Leal lamentou que “sendo Portugal uma república laica, se estejam a atribuir nomes religiosos a circunscrições administrativas”. Tendo António Ferreira justificado que “isso se ficou a dever a uma campanha da igreja. Mas se não fosse a participação do voto religioso a adesão teria sido muito menor”, sublinhou. Para o vereador do PSD, João Fanha Vieira, a justificação para tão fraca adesão deve-se ao facto “das pessoas estarem desmotivadas com tudo o que diz respeito à política. E quer se queira quer não politizou-se esta questão”. A câmara do Entroncamento deliberou ainda dar parecer favorável à criação da nova freguesia. Um parecer indispensável à apreciação pela Assembleia da República da proposta para a criação de uma segunda freguesia. Sobre o mesmo assunto irão pronunciar-se a Assembleia Municipal em sessão marcada para dia 21 e a Assembleia de Freguesia, a 24.