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InovarTejo sem rumo

Conselho de administração avisa que nenhum associado tem o direito de decidir o futuro sozinho

Ninguém sabe ao certo qual vai ser o futuro da InovarTejo – Agência de Desenvolvimento Regional, empresa criada em 1999. Nem os próprios accionistas. No início deste mês o nosso jornal publicou a notícia de que a empresa sediada na Chamusca iria ser dissolvida. Na altura o presidente da Associação de Municípios da Lezíria do Tejo, Sousa Gomes, confirmou que a questão foi discutida em Fevereiro, numa reunião daquela entidade. O conselho de administração da Inovartejo vem agora esclarecer que nada está decidido e que nenhum associado tem o direito de decidir sobre o futuro da sociedade, uma decisão que apenas compete à assembleia geral.

Dissolução ou continuação da actividade? É este o dilema por que passa a InovarTejo – Agência de Desenvolvimento Regional. Para já, a actividade da empresa é praticamente nula. Em mãos há apenas um projecto no âmbito do programa comunitário Agris, numa parceria com a Escola Superior Agrária e o projecto da Universidade do Vinho, este último em "banho Maria".Há três semanas, o presidente da Associação de Municípios da Lezíria do Tejo (AMLT) pôs o dedo na ferida ao afirmar ao nosso jornal que a dissolução da empresa tinha sido discutida no seio da associação, mas a posição assumida por Sousa Gomes criou algum mal estar aos restantes accionistas, nomeadamente à Nersant, que tem actualmente maior peso dentro da estrutura da InovarTejo.O conselho de administração da empresa de desenvolvimento regional, liderado pelo presidente da Câmara de Alpiarça, Joaquim Rosa do Céu, vem agora fazer um esclarecimento não sobre o futuro da empresa mas sobre quem decide o quê.“Como é óbvio, nenhum associado tem a capacidade e/ou o direito de decidir sobre o futuro de uma sociedade porque só e apenas a assembleia geral tem poderes para decidir sobre a sua estratégia de funcionamento e sobre o seu plano de actividades”, refere um dos pontos da missiva enviada ao nosso jornal.Mas apesar de o conselho de administração “reafirmar publicamente toda a sua determinação na prossecução dos objectivos estatutários” da empresa, a verdade é que nenhum dos membros daquele órgão contactados por O MIRANTE explicou qual irá ser o futuro da empresa, que projectos novos estão a ser estudados.“Tudo isso será decidido na próxima assembleia geral, que é o local certo para se discutir o futuro da empresa”, referiu ao nosso jornal Joaquim Rosa do Céu, presidente da InovarTejo. Enquanto a assembleia não se realizar – ainda não há qualquer data marcada – a empresa irá apenas gerir os (poucos) compromissos que tem em mãos.Segundo o apurado por O MIRANTE, o cenário da dissolução avançado por alguns accionistas não está fora de questão. “Os parceiros vão reunindo e conversando, dando a sua opinião para quando se chegar à assembleia geral se poder fazer uma proposta concreta”, referiu um dos membros do conselho de administração, adiantando que todos os cenários – à excepção do da falência – estão ainda em aberto.A diversificação de actividade é um dos cenários mais falados para evitar a dissolução da InovarTejo. Porque os promotores da agência acreditam que o pacote de descentralização proposto pelo governo, com a criação das comunidades urbanas, a InovarTejo poderá ter ainda um papel importante no desenvolvimento regional. Afinal, o principal senão único objectivo da sua criação.Actualmente a Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) é o maior accionistas com 15 por cento do capital da InovarTejo. Os restantes promotores – Aproder, Charneca, Tagus, ADIRN, Associação Municípios do Médio Tejo (AMMT) e Associação de Municípios da Lezíria do Tejo (AMLT) – têm cada um 12,5 por cento.Uma situação que será revista na próxima assembleia já que AMMT, Tagus e ADIRN já manifestaram a intenção de sair do projecto e a Nersant também afirmou não querer exercer o direito de preferência na aquisição das acções. Os 37,5 por cento da InovarTejo irá ser distribuídos pelos outros accionistas, ficando então todos com posições idênticas de 25 por cento.

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