Sempre que queriam mandar passar roupa a ferro, Sandra Santos e os irmãos Clara e João Felizardo tinham de atravessar o Entroncamento de lés a lés. Um problema que se colocava à maior parte dos moradores da zona norte da cidade. No final do ano passado os três decidiram mudar o rumo às coisas e pensaram na criação de uma empresa.Da ideia à concretização não mediou mais de três meses. Compraram o espaço, um rés-do-chão e uma cave junto ao supermercado Lidl – “mesmo junto ao semáforo, o que é óptimo porque as pessoas são obrigadas a parar e a ver a tabuleta”, brinca João Felizardo - adquiriram as máquinas e a 27 de Janeiro deste ano a Engomais abriu oficialmente as portas.Se tiver que fazer o balanço a menos de dois meses de actividade, João Felizardo diz que não podia ser mais positivo. “A nossa estimativa é que ao fim de seis meses a empresa gerasse receitas que, pelo menos, suportassem as despesas, neste momento já conseguimos atingir cerca de 50 por cento do que nos propúnhamos fazer até Junho”.A continuar no mesmo ritmo a Engomais arrisca-se a ser uma das empresas onde a crise vai passar ao lado – “esta é uma actividade que tem cada vez mais clientes porque as pessoas não têm tempo”, referem os sócios, que investiram ali cerca de 40 mil euros.Neste momento a Engomais tem cerca de dez contratos mensais já estabelecidos, sem contar com os clientes que diariamente entregam várias peças de roupa, daquelas que custam mais passar. “Todos os clientes que fizeram contrato no primeiro mês renovaram-no agora”, afirma Sandra. O que quer dizer que estão satisfeitos com a empresa.Têm clientes de todas as faixas etárias e estratos sociais e dizem que a melhor publicidade é aquela que é feita pelos próprios clientes. “As pessoas ainda não estão muito despertas para este tipo de prestação de serviços e o facto de ter alguém conhecido ou um vizinho que já trabalha connosco e está satisfeito dá-lhes uma garantia adicional”, afirma Sandra.Apesar de terem uma pessoa de confiança para os substituir nas tarefas de maior responsabilidade – buscar e entregar a roupa, entendimento ao balcão, fazer as voltas dos bancos – é raro o dia em que os sócios não dêem uma saltada à empresa para ver como estão as coisas.O contrato mais vantajoso da empresa é o de 120 peças mensais, que fica a 50 cêntimos por peça, independentemente do seu tamanho ou dificuldade de engomagem. As calças e camisas são “reis” e “rainhas” na Engomais mas também há pessoas que até o lenço das mãos mandam. “As peças em linho são sempre as que mais custam a passar, particularmente toalhas e colchas, mas se o cliente tiver contrato paga exactamente o mesmo valor que um lenço, mesmo que a toalha demore meio dia a passar”, garante Clara Felizardo. A Engomais situa-se na Rua Forno do Grilo, nº17 e está aberta de segunda a sexta-feira entre as 9h e as 19h e ao sábado de manhã. É a empresa que vai buscar e levar a roupa aos clientes, que só têm de se preocupar em pagar.