Ódios e vaidades
O CNEMA contínua de costas viradas para a cidade de Santarém e para a região. Construído para ser a casa de visitas da cidade o Centro Nacional de Exposições vive sustentado num clima que, afinal, esconde ódios e vaidades pessoais que nunca deveriam existir num projecto como este.Depois da realização de uma auditoria, que todos desejavam e que a seguir quase todos contestaram, já não resta nenhuma esperança de que os homens se entendam. A grande questão afinal não é a falta de dinheiro, o grande problema são os tais ajustes de contas que levam as pessoas a perderam a cabeça e a razão.Se já nem a memória do que foi esta cidade comove os novos dirigentes do concelho, e todos aqueles que têm responsabilidades na afirmação de Santarém e das suas gentes no país e no mundo, então que ao menos comecem a construir de raiz qualquer coisa que ainda nos salve a tempo desta vergonha.O CNEMA não pode continuar a ser um palco para uma luta de galos ou uma arena para combates políticos. Rui Barreiro, Miguel Noras, José Manuel Casqueiro e José Andrade, entre outros, têm obrigações para com o concelho e a região. Se não têm condições para as cumprirem que se demitam e deixem trabalhar quem tem vontade e gosta verdadeiramente da sua terra.“Tudo o que fiz foi por amor à minha terra”; “De alma e coração abracei o sonho”; “Era uma questão de paixão, não se tem paixão só pela família”; “Todo o meu coração se congratula quando a vejo”; O grande ideal da vida é unir e não desunir”. Eu não compreendo uma democracia só com luta”; “A gratidão deve prolongar-se para além da própria vida”; “Se um dia escrever a história ( : ) não deixarei de pôr o nome deles com toda a gratidão”.As notas deste último parágrafo, da autoria do Professor Joaquim Veríssimo Serrão, foram ouvidas e rascunhadas recentemente durante duas palestras, realizadas em lugares diferentes, na cidade de Santarém. Estavam destinadas a ficarem esquecidas no papel. Não podia deixar de o lembrar numa altura em que escrevo sobre a falta de amor à terra e esta estranha forma de ajuste de contas entre homens que governam graças à revolução do 25 de Abril.JAE
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