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Fonseca arrasou

Novo Presidente da federação distrital do PS é de Ourém

Paulo Fonseca foi eleito à primeira volta presidente da Federação Distrital de Santarém do Partido Socialista, somando mais votos do que os adversários Rui Barreiro e José Brilhante juntos. Foi uma vitória arrasadora do político de Ourém e que de certa forma não seria esperada, atendendo ao número de candidatos e à previsível divisão do eleitorado.

O novo líder distrital dos socialistas triunfou em 15 das 26 secções, com particular destaque para as expressivas vitórias alcançadas em Abrantes, Alpiarça, Chamusca, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Constância, Ourém, Tomar ou Torres Novas – no caso de Ourém (105) e de Alpiarça (19) somou mesmo cem por cento dos votos.Rui Barreiro conseguiu, como já se esperava, o seu melhor resultado em Santarém, a maior secção do distrito, onde bateu a concorrência inapelavelmente. Obteve 143 votos, contra 43 de Fonseca e 30 de Brilhante. O presidente da Câmara de Santarém foi ainda o mais votado noutros locais, como em Almeirim, Cartaxo e Rio Maior, onde contava com o apoio dos seus colegas presidentes de câmara, ou em Pernes e Vale de Santarém, vilas do concelho que governa.Os melhores resultados de José Brilhante - claramente o candidato que menos apoios de nomeada apresentou e que menos comprometido se encontrava com o poder cessante - foram registados em Benavente, onde venceu com quatro votos contra um de Fonseca, e no Sardoal, onde empatou a quatro votos com o candidato vitorioso.Em termos distritais, Paulo Fonseca obteve 55,3% dos votos, contra 34,2% de Rui Barreiro e 10,5% de José Brilhante. Votaram 1003 dos 1737 militantes inscritos, registando-se uma abstenção de 42,3%. Na eleição para delegados ao congresso distrital - que se realiza em 5 e 6 de Abril em Torres Novas - Fonseca elegeu 111 lugares, contra 58 de Barreiro e 17 de Brilhante.Paulo Fonseca, bancário, 40 anos a fazer em 2003, é um homem do aparelho socialista que sempre surgiu bem posicionado junto das cúpulas, ou não tenha sido presidente da Juventude Socialista ribatejana. A fidelidade, a discrição e o empenho valeram-lhe até ao momento a escolha para o desempenho de funções políticas relevantes: foi adjunto do governador civil de Santarém, quando Carlos Cunha ocupava o cargo, foi deputado à Assembleia da República, e actualmente é vereador da Câmara de Ourém, onde foi candidato derrotado à presidência nas autárquicas de 2001.O seu posicionamento político no passado, de que advém a conotação evidente com as lideranças de Carlos Cunha – que por exemplo lhe proporcionaram as candidaturas à Câmara de Ourém e à Assembleia da República -, acaba por chocar com o mote que escolheu para esta campanha, onde se propõe “romper com o sistema”. Mais a mais, contando com o apoio expresso de muitas figuras do dito sistema, começando pelos quatro deputados eleitos por Santarém, com Jorge Lacão e Nelson Baltazar à cabeça, de alguns presidentes de câmara, como Rosa do Céu e Nelson Carvalho, e da maioria das concelhias.No seu programa, Paulo Fonseca considera “contra natura” lutar contra a atractividade exercida pela Área Metropolitana de Lisboa sobre o distrito de Santarém, contestando o modelo administrativo escolhido pelo governo para tentar garantir o fluxo de fundos comunitários para a região num eventual IV Quadro Comunitário de Apoio. Uma medida que acaba por colocar metade do distrito na Região Alentejo e outra metade na Região Centro.Para o novo líder distrital do PS, tem que ser encontrada uma forma de descentralização do Estado que garanta “a unidade e a autonomia” do Vale do Tejo. Paulo Fonseca considera também primordial que o Estado crie um Fundo de Coesão Regional e Social interno que compense as regiões que têm níveis de rendimento abaixo da média nacional e que vão sendo excluídos do acesso a fundos europeus, como é o caso do distrito de Santarém.

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