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Os expositores presentes na Autosant deixaram algumas críticas à organização

Nem tudo correu sobre rodas

Associação Empresarial admite compensar expositores da Autosant

A Autosant, salão automóvel que decorreu de 9 a 13 no pavilhão da Nersant, em Torres Novas, foi considerada, por muitos expositores como a mais fraca de sempre. Os concessionários das marcas presentes queixam-se das más condições do recinto e da fraca divulgação do certame. A data escolhida para a realização da iniciativa também é criticada. Estes factores, aliados à crise que o país atravessa, contribuíram para que alguns empresários não tenham feito uma única venda. A organização já admite compensações.

Sábado à tarde no pavilhão de exposições da Associação Empresarial da Região de Santarém, em Torres Novas. Numa tenda anexa, onde estão expostas algumas marcas como a Honda e a Seat, o descontentamento dos responsáveis dos stands de automóveis é evidente. A cobertura deixa entrar água da chuva e o chão está ensopado. Se os visitantes da oitava edição da Autosant, salão automóvel, já eram poucos, com aquelas condições ainda menos se atreviam a entrar naquele espaço. Para piorar a situação, na sexta-feira, um carro tinha ficado danificado quando uma cavilha da estrutura metálica da tenda lhe caiu em cima. “Isto este ano é uma vergonha. É a pior feira dos últimos anos. Só não me fui ainda embora porque entretanto deixou de chover. Este espaço não tem as mínimas condições para apresentarmos os nossos carros com dignidade. Faço a Autosant desde a primeira edição e este ano as coisas estão muito mal organizadas”, desabafa António Marques da empresa A. Ferreira Sport, concessionária da Seat. Descontente estava também José Miguel, da Abrancar (Ford). “As condições são péssimas. À noite não se pode estar aqui com frio. Já para não falar no barulho da música, que é exagerado. Às vezes nem conseguimos falar com as pessoas”, reforça o responsável da empresa de Abrantes. A falta de público é outra das queixas apresentadas. Segundo Samuel Mota, da Auto-Tomar (Hyundai), isso deve-se ao facto da organização, a Nersant-Associação Empresarial da Região de Santarém, não ter “arranjado atractivos que chamassem as pessoas”. Por outro lado, refere também que na edição deste ano a divulgação foi pouca ou nenhuma. Elísio Fernandes, da Garagem A. Ferreira (Suzuki), destaca como factor negativo a data do certame. “Anteriormente faziam a feira em dois fins de semana. Agora como começa a uma quarta-feira e acaba ao domingo, não vem cá ninguém durante a semana. A Autosant acaba por se resumir ao sábado e ao domingo, e mesmo assim é pouco público para as nossas expectativas”, explica.Não admira por isso que alguns dos 17 expositores estivessem à beira do desespero. “Quando apostamos numa feira como esta temos objectivos definidos. Definimos sair daqui com pelo menos 5 ou 6 negócios e estamos a ver que nem um vamos conseguir concretizar”, desabafa António Marques. Uma situação idêntica à de Samuel Mota, da Auto-Tomar, que até sábado à tarde não tinha conseguido um único contacto para um futuro negócio. Os ventos da crise que sopram no país também afectam o sector. Para José Miguel, “as pessoas até querem comprar carro novo, mas têm medo porque estão endividadas e porque o custo de vida está a aumentar”. Uma ideia partilhada por Elísio Fernandes: “Só nos resta ser optimistas e esperar por melhores dias”, diz, resignado.ORGANIZAÇÃO FAZ BALANÇO POSITIVOA Associação Empresarial não tem uma visão tão pessimista. Hélio Santos, responsável pela feira deste ano, garantiu a O MIRANTE que no geral “o balanço é bastante positivo”, assegurando que este ano houve mais visitantes que na edição anterior. Isto apesar de ainda não existirem números concretos sobre a entrada de pessoas. Hélio Santos reconhece que existiram “alguns problemas de infiltrações de água no pavilhão B” e sublinha que a organização tentou resolver os casos, embora as condições adversas do tempo não permitissem uma resolução a cem por cento. Nesse sentido admite rever o valor a pagar pelos expositores (15 euros o metro quadrado), para “que não haja descontentamento e as pessoas possam voltar no próximo ano”.Recorde-se que esta oitava edição do salão automóvel apresentou o novo Citroen C8 e o novo modelo do Honda Accord. A Opel apresentou o novo Merida e a Mazda fez a ante-estreia do pequeno utilitário Mazda2, além da carrinha todo-o-terreno B2500 Freestyle.
Os expositores presentes na Autosant deixaram algumas críticas à organização

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